AgentifAI. Solução de IA inspirada em personagem da Disney já serve 3 milhões de clientes

Assistente digital "Alice" já é usada pela Caixa Geral de Depósitos e pelo grupo Lusíadas. Startup de Braga dobrou operação em 2022, ganhou vários prémios e prepara-se agora para dar o salto além-fronteiras.
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Não só histórias de amor impossíveis inspiram os contos da Disney. A personagem Baymax, robô assistente de saúde pessoal que se torna um super-herói, por exemplo, serviu de modelo à AgentifAI, startup bracarense focada em Inteligência Artificial (IA), na hora de conceber Alice, uma assistente digital que interage com os consumidores através de diálogos inteligentes para a realização de tarefas como marcação de consultas ou transferências bancárias.

Pensada para os setores da Banca e Saúde, a tecnologia portuguesa já serve três milhões de clientes e prepara-se agora para expandir operações além-fronteiras, após arrecadar mais de meia dezena de prémios internacionais que a reconhecem como uma das soluções mais inovadoras do mercado.

"Nascemos em 2016, com o sonho de construir uma nova forma de os consumidores se relacionarem com as empresas através dos canais digitais, usando linguagem natural, como aconteceria se estivessem cara a cara", começa por contar ao Dinheiro Vivo o fundador e CEO da AgentifAI, Rui Lopes, explicando que o propósito de Alice é, assim, e desde sempre, acompanhar e cuidar das necessidades de saúde e financeiras das pessoas, independentemente da geração.

Atualmente, a assistente virtual criada pela tecnológica de Braga, que conversa com clientes de um modo quase humano, com um discurso fluente, através de voz ou escrita, está implementada no serviço de home banking da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e nos canais digitais do grupo Lusíadas.

A solução Caixa, considerada "Melhor assistente digital" nos Banking Tech Awards, é uma das poucas no mundo capaz de realizar transações como pagamentos de serviços, transferências, aplicações financeiras e consulta de saldos ou movimentos de conta, usando apenas a voz. Aprende também de forma contínua, através das interações diárias com os clientes.

Já a Lusi, distinguida "Melhor projeto de inovação" na área da Saúde em Portugal, na sétima edição dos IDC Portugal Digital Awards, efetua automaticamente e em total autonomia a marcação de consultas e exames ao paciente, possibilitando ainda saber informações relativas aos serviços das unidades, preços e acordos existentes. "O que nós criámos foi uma solução que permite aos utentes ter uma resposta imediata e um apoio efetivo aos seus pedidos, sem terem de passar intermináveis minutos ao telefone."

Sobre a possibilidade de levar Alice a outros setores, o presidente executivo diz que esta teria de ser "uma decisão muito bem avaliada", uma vez que a especialização nestes campos tem sido "determinante no sucesso da operação" da empresa. Facto é que os resultados são visíveis. 2022 representou um ano de aceleração para a AgentifAI, que dobrou a operação e ultrapassou o marco dos três milhões de clientes servidos pela assistente virtual.

Os frutos alcançados e "sem precedentes" nos setores em que atua, bem como os holofotes internacionais, motivaram o interesse dos investidores. A startup angariou dez milhões de euros do Next Tech Fund, que vão dar asas à internacionalização para países "de maior dimensão", onde a Alice "acrescentará mais valor". As grandes apostas serão os Estados Unidos, Espanha, França e Inglaterra.

Uma vez que a capacidade de resposta "não está ancorada a uma presença física", não está previsto abrir filiais. Contudo, a bracarense revela necessidade de aumentar a equipa, composta à data por 30 colaboradores, estando neste momento a recrutar para várias posições, tanto em áreas mais tecnológicas, como para marketing e comunicação.

Garantindo várias novidades ao longo do ano, Rui Lopes remata: "Com as perspetivas concretas que já temos, posso afirmar que 2023 será marcante na história da AgentifAI."

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