Um antigo armazém em Matosinhos foi transformado no escritório de uma das rivais do LinkedIn, a Xing. A plataforma alemã, apesar de não ter a rede social do trabalho a funcionar em Portugal, já conta com uma equipa de cem pessoas no distrito do Porto. E tem três prioridades para os próximos dois anos: abrir o segundo escritório no norte do país, criar mais cem empregos e ainda lançar uma ferramenta, a Kununu, que vai permitir aos portugueses avaliarem o seu mercado de trabalho.
“A Kununu é uma espécie de TripAdvisor para o mundo do trabalho. Permite que os trabalhadores façam uma avaliação da empresa de forma anónima. Acreditamos que poderá funcionar em Portugal”, admite Thomas Vollmoeller, presidente executivo do grupo Xing, ao Dinheiro Vivo.
Este é um dos serviços que estão a ser desenvolvidos pela equipa da Xing em Portugal, que conta com mais de 15 milhões de utilizadores na Alemanha, Áustria e Suíça e que gerou receitas de 170 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2018.
Em Matosinhos também está a ser desenvolvida a plataforma InterNations, que ajuda os estrangeiros a emigrarem e a integrarem-se em outros países. Já conta com três milhões de registos e é considerada a maior ferramenta deste género a nível mundial. Desde há alguns anos que Lisboa, Porto e Cascais estão entre as 420 cidades onde este serviço funciona.
O contributo de Portugal para o grupo Xing não fica por aqui. “Há uma equipa que está a melhorar a curadoria dos conteúdos locais que os nossos utilizadores podem encontrar na plataforma, uma das ferramentas que mais nos diferencia da concorrência”, destaca o gestor alemão.
Encontro por acaso
A plataforma alemã chegou há ano e meio a Portugal, começando por ocupar, provisoriamente, com uma equipa de 20 pessoas, as instalações do UPTEC (Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto). Boa parte desta equipa já estava na Venture Oak, uma empresa que já trabalhava para o grupo Xing.
Em 2017, a empresa alemã precisava de abrir um novo escritório fora da Alemanha e andou à procura de várias localizações. “Poderíamos ter aberto um escritório na Europa Oriental, por exemplo. Mas o talento tecnológico quer trabalhar onde é agradável viver.”
A isto juntaram-se algumas utilidades. O distrito do Porto foi escolhido pela plataforma alemã pela “proximidade a três universidades de engenharia [Porto, Aveiro e Braga], talento de qualidade e uma grande ligação cultural com a nossa empresa. Tudo se encaixou na perfeição para abrirmos um espaço nesta cidade”.
A crescer 20% por ano, a Xing conta com a equipa de Portugal para apostar em novas ferramentas, dentro e fora do digital. No próximo mês, vai lançar a plataforma “Hello, freelancer”, uma “rede de contactos para aproximar este tipo de trabalhadores das empresas, através da aproximação das fontes de talento com a procura”.
Fora do digital, o grupo alemão quer experimentar novas fórmulas, sobretudo na área dos eventos. “Vamos criar mais formas de as pessoas se conhecerem fora da internet, como jantares cruzados para trabalhadores encontrarem potenciais empregadores.”