Âmago - Energia Inteligente vai ao cerne da certificação energética

Fundada em 2008, em plena crise financeira, é uma empresa familiar com 14 funcionários, mas presta serviços em Portugal inteiro, Europa, África e EUA.
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Tem por designação Âmago - Energia Inteligente, Lda. e não é por acaso. A empresa sediada em Portimão, no Algarve, é mesmo inteligente: pela ideia fora da caixa do seu fundador, João Raposo, engenheiro com especialização em termodinâmica; pelos serviços inovadores e especializados; e pelo equipamento e softwares inteligentes, em parte obtidos com apoio dos incentivos do programa CRESC Algarve 2020. O seu ramo de negócio está na certificação energética, na elaboração de projetos técnicos nesta área da energia e consumos e o AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado), sobretudo em grandes edifícios - hospitais, hotéis, shoppings, etc.. Aqui o know-how e prestação da Âmago - Energia Inteligente e seus colaboradores é tal que os níveis de poupança de consumos de energia e água rondam, em média, os 40%.

"A Âmago é uma empresa de serviços de engenharia com um conjunto alargado de serviços que são tudo peças de um grande puzzle que é a eficiência energética", resume João Raposo, fundador e diretor de Operações da empresa, ao Dinheiro Vivo. "Brincando um pouco com o nome, vamos ao âmago da eficiência energética, vamos ao âmago da questão, que é composta por muitas, muitas peças de uma grande diversidade: pode assumir muitos aspetos, desde as paredes dos edifícios - paredes, cobertura e vidros -, até todos os sistemas de climatização, iluminação; depois há os sistemas de gestão técnica centralizada, os sistemas de controlo; há as energias renováveis, com os painéis solares, fotovoltaicos e outros..." E a complexidade não se fica por aqui.

Todo este enorme quebra-cabeças que compõe o funcionamento de um mega edifício - tubagens, cablagens, centrais elétricas, térmicas, os diversos fornecimentos de tudo e mais alguma coisa - João Raposo e a sua Âmago - Energia Inteligente encontraram maneira de integrar como se fosse um "corpo" único. E, ao fazê-lo, torna-se possível ver o que está mal, onde há perdas desnecessárias - de calor, de água, etc. -, onde há melhorias a introduzir. É assim que se consegue alcançar maior eficiência energética nos imóveis e as tais poupanças de consumos. Mas de quanto por edifício?

"Varia, obviamente. O nosso recorde é 60%, 61% - ainda é um contrato (ver imagem da caixa) que está em curso no Hotel Pestana Viking -, mas tipicamente entre 30 a 40% é o normal. Há casos, se for um edifício muito recente, bem feito, pois poderá não ter grande potencial de poupança."

Os serviços especializados prestados pela Âmago - Energia Inteligente são conseguidos graças à reunião de um conjunto de meios inéditos. Uma conjugação de hardware topo de gama e software que ainda está parcialmente em desenvolvimento, mas que vai atirar a empresa para vanguarda do setor.

Comecemos pela estrela da companhia: o 3D Scan. "É uma máquina que tira milhões de pontos por segundo a 360° - é uma espécie de fotografia 360°, mas com precisão e milimétrica - e, a partir daqui, vai integrar essa visualização, com uma precisão muito grande do todos equipamentos, os tubos, de tudo o que existe num edifício, principalmente nos locais mais complexos, que são as centrais térmicas, onde estão as máquinas e tudo aquilo que realmente consome energia", explica João Raposo.

Diz o diretor de Operações que o 3D Scan, fabricado pela Leica, é um topo de gama, que já tem aplicações no mercado, mas ainda é muito pouco usado, devido ao preço muito elevado, que implica um investimento acima dos 70 mil euros. "Era algo que eu vinha namorando há uns anos e só agora, com este incentivo do CRESC Algarve 2020, é que isto foi tornado possível. Obviamente que temos sempre de meter dinheiro da nossa parte, mas é metade, portanto, é mais comportável."

Aquela foto-radiografia das paredes e estrutura do prédio é depois integrada em soluções de gestão de manutenção, de gestão técnica centralizada e de gestão de energia já concebidas pela empresa. E aqui entra a parte do software também pensada pela Âmago: toda esta gestão do prédio passa ser possível "numa plataforma única e numa visualização única por parte dos responsáveis pelos serviços técnicos, de modo a que possam ver tudo o que se passa no edifício".

Mas este é apenas o primeiro embrião. Em desenvolvimento está uma plataforma que deverá estar pronta em setembro-outubro que permitirá esta gestão a partir de um só computador ou tablet. E no futuro esta gestão vai ter soluções integradas de realidade virtual e aumentada, em que os gestores de manutenção, no seu tablet ou usando óculos especiais poderão vistoriar o edifício como se estivesse no local.

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