Depois do chumbo da ERC a José Fragoso, a RTP aponta o jornalista que desde 2016 é adjunto de Paulo Dentinho para liderar a informação da RTP. A administração liderada por Gonçalo Reis volta assim a optar por uma solução interna para substituir Maria Flor Pedroso à frente da direção de informação da estação pública, depois de Fragoso ter sido rejeitado por acumular esta com a direção de programas da RTP.
Para a nova escolha se tornar definitiva - o que não se adivinha difícil, uma vez que o ex-diretor da SIC Notícias é bastante consensual na estação pública -, falta agora que o nome seja ratificado pela redação e consiga o OK da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC).
António José Teixeira chegou à estação pública cinco meses depois de deixar a direção da SIC Notícias, canal informativo do grupo Impresa, o primeiro no cabo em Portugal, que liderou entre 2007 e outubro de 2015. Foi precisamente nesta altura que o canal de informação da estação pública passou, com a administração de Gonçalo Reis da estação pública, a RTP3 e ficou sob a liderança de Paulo Dentinho. Em março de 2016, o diretor de informação da RTP3 chamaria Teixeira a juntar-se à sua equipa, como adjunto.
Sendo aceite pela ERC, o novo diretor de informação deverá nomear Carlos Daniel, Adília Godinho, Joana Garcia e Hugo Gilberto (Porto) como diretores-adjuntos e Luísa Bastos e Rui Romano como subdiretores.
A liderança de Gonçalo Reis como administrador da RTP não tem sido uma travessia calma, sobretudo desde a renovação do mandato para o triénio que termina no final deste ano.
No final de setembro de 2018, Paulo Dentinho, diretor de informação escolhido por Gonçalo Reis logo que este chegou à liderança da estação pública, pôs o lugar à disposição - na sequência de críticas pela sua opinião relativamente ao caso Ronaldo e pela falta de cobertura do canal público aos incêndios em Sintra - e o administrador aceitou a saída, fortemente contestada pelos trabalhadores da RTP, mas rapidamente concretizada com o OK de redação e regulador a Maria Flor Pedroso, em outubro de 2018.
A paz não duraria muito. Apenas um mês depois de entrar, em novembro de 2018 Flor Pedroso era já fortemente contestada pela contratação de Cândida Pinto e Helena Garrido para integrar a sua direção de informação. "A validação destas contratações de luxo pela administração da RTP é um escândalo sem fim", escrevia então a Comissão de Trabalhadores. Numa liderança pouco pacífica de um ano (em que foi reeleito António Costa, primo da jornalista, como primeiro-ministro, gerando forte contestação à sua posição no canal público), seria uma guerra interna a ditar a saída. A polémica sobre um Sexta às Nove em que Sandra Felgueiras dizia ter sido censurada levou Flor Pedroso a pôr o lugar à disposição, apesar de negar todas as acusações e de ter até contado com o apoio de um grupo de jornalistas de vários meios. Uma situação que levou mesmo a diretora e a jornalista a serem chamadas ao Parlamento.
António José Teixeira será assim o senhor que se segue à frente da informação da RTP e não deverá trazer grandes mudanças, além da substituição das adjuntas de Flor Pedroso - Cândida Pinto e Helena Garrido.