AstraZeneca investe 2,5 milhões de euros na renovação da sede em Portugal e aposta na sustentabilidade

Uma das iniciativas sustentáveis passa pela instalação de 795 painéis solares e o excedente de energia será doado ao Amadora Sintra, permitindo ao hospital uma poupança anual de 15 mil euros.
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A AstraZeneca investiu 2,5 milhões de euros numa profunda remodelação da sua sede em Portugal, que inaugurou esta terça-feira, dia 21. Com o objetivo de tornar o espaço mais colaborativo, mas também mais sustentável, dois milhões de euros destinaram-se às alterações no edifício e os restantes 500 mil euros foram totalmente dedicados a iniciativas sustentáveis.

À conversa com o Dinheiro Vivo, o country president da AstraZeneca, Sérgio Alves, explica que "o espaço precisava de uma renovação interior e aproveitou-se essa necessidade para introduzir uma nova forma de trabalhar, tendo por base o conceito de iWork, onde não existem lugares fixos".

Além do espaço ser agora mais colaborativo, é também mais aberto ao exterior, dispondo de várias zonas onde os colaboradores podem trabalhar ou fazer as suas refeições.

Por outro lado, havia também o objetivo de tornar o edifício mais sustentável e, nesse sentido, a sede já opera a 100% com energia renovável. Para tal, também contribui o investimento na instalação de painéis fotovoltaicos, "795 painéis solares que permitem satisfazer as necessidades energéticas do edifício, mas também carregar as viaturas elétricas dos colaboradores e ainda contribuir para uma comunidade energética", sublinha Sérgio Alves.

A participação na referida comunidade energética, com o apoio da Greenvolt Comunidades, vai permitir à AstraZeneca doar o excedente da energia limpa que produz ao Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca - mais conhecido como Amadora Sintra -, naquilo que representará uma poupança de 15 mil euros por ano em energia ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"A partilha de energia através da participação numa comunidade energética só é possível, atualmente, num raio de quatro quilómetros", diz o country president da farmacêutica, explicando porque motivo escolheram o Hospital Amadora-Sintra e sublinhando que, como parte ativa do sistema de saúde, "se pudermos contribuir para a descarbonização do SNS, devemos fazê-lo", na sua opinião.

Mas são várias as medidas implementadas pela empresa no âmbito da sustentabilidade, algumas ainda antes da renovação, como uma política ativa de reciclagem, a política paperless e de não utilização de plástico.

Também o depósito de águas pluviais será reaproveitado para o sistema de rega e o novo chão de betão poroso no exterior do edifício permite a absorção da água da chuva.

Além disso, o desperdício alimentar também é uma das preocupações da farmacêutica, que pretende criar uma aplicação para a marcação de almoços para minimizar o desperdício. "Idealmente, o nosso objetivo seria reduzir o desperdício a 100%, mas isso não é realisticamente possível", afirma Sérgio Alves, reiterando, no entanto, que a par da aplicação também foi instalado um compostor que permite "tornar os restos alimentares em fertilizantes" para a horta comunitária cultivada pelos funcionários.

Para o futuro, a AstraZeneca assumiu o compromisso de ter uma frota 100% elétrica até ao final de 2024 e, "apesar de alguns constrangimentos alheios à companhia, relacionados com a escassez de componentes", a farmacêutica prevê que 47% de toda a frota já seja totalmente elétrica até ao final deste ano.

A AstraZeneca Portugal já atingiu a neutralidade carbónica em 2020 nos scopes 1 e 2 - emissões diretas e indiretas -, o que foi possível através do edifício que funciona a 100% com energia renovável, traduzindo-se em zero emissões de CO2. E para compensar as emissões das viaturas não elétricas, a empresa já plantou mais de 20 mil árvores em diversas zonas do país ao longo dos últimos três anos.

A nível global, a farmacêutica pretende "reduzir, até 2030, as emissões de CO2 no scope 3 [emissões associadas a transportes] em 50%", pretendo atingir os 90% até 2045, explica Sérgio Alves.

(editado por Bruno Contreiras Mateus)

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