“A combinação de uma bolha, um esquema Ponzi e um desastre ambiental”. É assim que o diretor geral do Banco Internacional de Pagamentos (BIS na sigla em inglês), considerado o banco central dos bancos centrais, define a bitcoin.
Agustin Carstens, o responsável do BIS, pede aos bancos centrais mundiais que definam políticas para travar as moedas digitais já que podem vir a colocar riscos para a estabilidade financeira. “Se as autoridades não agirem preventivamente, as critpomoedas podem tornar-se mais interligadas com o sistema financeiro e tornarem-se uma ameaça à estabilidade financeira”, disse , citado pelas agências internacionais, o antigo presidente do banco central do México numa conferência realizada na Alemanha.
Os banqueiros centrais têm alertado que a bitcoin e outras criptomoedas são uma bolha. Ainda esta segunda-feira, Mario Draghi, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), avisava que “as moedas virtuais estão sujeitas a grande volatilidade e o seu preço é completamente especulativo”.
Já o presidente do BIS realçou que “o atual fascínio com estas critpomoedas aparenta ter mais a ver com uma mania especulativa do que com qualquer uso como forma de pagamento eletrónico, exceptuando atividades ilegais”.
Agustin Carstens salientou ainda os problemas ambientais colocado pelas bitcoins. Para criar novas moedas é preciso minerá-las, processo em que poderosos computadores têm de resolver problemas matemáticos de forma a registar e a validar as transações na cadeia de blocos. Como recompensa ganham novas bitcoins.
Mas essa corrida a bitcoins tem levado à utilização de cada vez maior energia para manter o sistema a funcionar. Carstens disse que o processo para criar novas moedas consome tanta eletricidade que a utilizada em Singapura num dia.
Após as fortes subidas dos últimos anos, o valor da maior parte das moedas virtuais está a colapsar. O preço da bitcoin, que já esteve em 20 mil dólares em meados de dezembro, está agora em 6,5 mil dólares. Uma desvalorização de 67%.