O Barclays Portugal quer voltar a atuar no nicho de mercado, sobretudo no segmento premier e class business, ou seja, clientes de rendimentos mais elevados e empresariais, apurou o Dinheiro Vivo. . A instituição britânica está a preparar uma reestruturação em Portugal que passa por um reposicionamento em termos estratégico. Além de um novo despedimento que poderá atingir 350 trabalhadores está também prevista a redução de 100 balcões. Isto depois de, há exatamente um ano, ter fechado um acordo de rescisão amigável com 200 trabalhadores e ter encerrado 19 agências. . Desta forma, o banco deverá, após esta reestruturação, ficar com cerca de 160 balcões e o número de trabalhadores poderá passar a ser inferior a 2000. . Segundo o Dinheiro Vivo apurou o plano de redução de até 350 trabalhadores iniciou-se ontem, tendo o banco já se reunido com os sindicatos bancários. . O enfoque da instituição financeira britânica em segmentos mais elevados marca o virar da agulha em termos estratégicos de um banco que chegou a ambicionar conquistar quota de mercado entre o segmento de particulares, sobretudo através do produto de crédito à habitação. . Estávamos em 2006 quando o Barclays em Portugal surpreendeu o mercado com a oferta de spreads 0% no crédito à habitação, declarando a conhecida "guerra de spreads" no sector que levou outros bancos a seguir a mesma estratégia. . Pouco mais de seis anos depois, o Barclays recua e volta a virar-se para o segmento premier. Além disso, as alterações do último ano já deixavam transparecer um desinvestimento em Portugal com a transferência do centro de decisão para Espanha. . Em março de 2012, o Barclays passou a ter uma equipa de gestão ibérica. Desde então as operações em Portugal e Espanha são chefiadas pelos mesmos administradores e equipa executiva. O CEO do Barclays Portugal, Petter Mottek, passou a partilhar a gestão com o presidente-executivo espanhol, Jaime Echegoyen. Ou seja, a nova estrutura do Barclays ibérico conta com dois CEO.