Belt. Nova plataforma portuguesa permite simular, comparar e contratar seguros em dois minutos

<em>Marketplace </em>de seguros digitais dispensa as tradicionais burocracias e promete vendas transparentes em dois minutos. Cerca de 17 seguradoras nacionais já se renderam à proposta no digital.
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Pessoas que queiram proteger-se durante uma viagem, assegurar eventuais despesas com animais de estimação ou até mesmo cumprir as obrigações enquanto empregador de uma doméstica terão, a partir de agora, a tarefa reduzida a dois minutos. A promessa é da Belt, o novo marketplace português que permite simular, comparar e contratar seguros de forma rápida e totalmente digital, dispensando as tradicionais papeladas e burocracias.

Nascida no Porto pelas mãos dos acionistas da Clever Advertising, especialista em marketing digital, a insurtech liderada por Manuel Brandão e Leandro Almeida tem como missão acrescentar valor àquilo em que acredita que a indústria ainda não deu o salto: as vendas online. E facto é que 17 seguradoras no país - entre as quais Allianz, MetLife, Zurich e Liberty Seguros - já firmaram parceria com a empresa, que atesta conseguir aumentar a penetração no mercado.

"Procurámos um modelo que se enquadrasse naquilo que é o setor nacional de seguros, com foco 100% digital. Conversámos com seguradoras e insurtechs, internacionais inclusive, para perceber onde estavam as dores dos clientes e criar um plano que respondesse às suas necessidades", começam por contar os também fundadores do negócio, em conversa com o Dinheiro Vivo. Transparência e simplicidade da venda, bem como entendimento dos produtos de seguro seriam, assim, pontos a trabalhar.

Assente numa plataforma intuitiva, em que os termos de "segurez" dão lugar a uma linguagem acessível, a proposta da Belt é alimentada por um algoritmo único capaz de comparar os produtos das seguradoras por qualidade de cobertura. O resultado final deste processo consiste na definição de até um máximo de cinco categorias, sendo o preço associado a cada uma delas uma consequência do aumento das condições do serviço. "Não dizemos ao cliente em que produto se encaixa, limitamo-nos a apresentar alternativas e ele é quem decide", notam os responsáveis.

No caso do seguro de viagem, por exemplo, o consumidor pode escolher entre comprar a opção mais simples, que cobre algumas despesas médicas, a um preço mais baixo, ou a mais completa, que assegura tudo, por um custo mais elevado. A garantia deixada é de que as opções exibidas refletem a melhor oferta do mercado para cada tipo de cobertura de seguro - seja ele qual for.

Do ponto de vista da experiência do utilizador, é também "a melhor possível", afirmam Manuel Brandão e Leandro Almeida. A simulação é feita sem que o cliente dê a conhecer qualquer dado pessoal à empresa, uma vez que "não há necessidade de recolher dados enquanto não for necessário", sendo este passo apenas exigido no momento da aquisição do serviço, quando o cliente demonstra realmente vontade em avançar com a contratação.

O foco está em trazer novas dinâmicas para onde o mercado físico não consegue atuar bem e não em lutar pela fatia que por muitos já é disputada. Assim, depois de estrear o seu marketplace em janeiro com seguros de viagem, a insurtech portuguesa tem planos para lançar um novo segmento por cada mês até ao verão: empregadas domésticas, mobilidade urbana, saúde, pets e vida. Até lá, os clientes terão também a oportunidade de ter todas as suas apólices, incluindo de outros mediadores, reunidas numa só wallet, disponível em formato aplicação web (web app).

Segundo os responsáveis, os números de janeiro, embora pouco representativos, já permitiram validar o produto: "Mais de 90% das vendas dizem respeito aos produtos de maior valor acrescentado. Os clientes veem que podem passar de uma cobertura de viagem de 30 mil euros para uma de 150 mil euros por 15 euros e fazem eles próprios a ponderação. É isso que queremos, uma espécie de educação através da venda, que acaba muitas vezes por proporcionar o upselling, que é bom tanto para as seguradoras, como para o consumidor final."

Apesar de ter arrancado com um milhão de euros, investidos pelos acionistas da Clever Advertising, a Belt espera fechar internamente mais uma ronda seed para dar tração ao negócio, que acaba de entrar num setor que só em 2022 contribuiu com 12 mil milhões para a economia portuguesa, segundo dados da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). Os passos daqui em diante, dizem os fundadores, serão dados de forma cautelosa, certificando sempre a qualidade máxima do produto.

"Vamos focar-nos naquilo que são as maiores falhas de mercado em termos de educação, explicar melhor, fazer uma venda mais transparente e empoderar o cliente para não só comprar o que entender, como também tomar a decisão com o maior número de informação possível. Queremos acrescentar valor ao mercado e sabemos que a nossa proposta faz sentido."

Com uma equipa de 16 pessoas, a empresa tem em perspetiva implementar e consolidar os seus produtos em Portugal durante este ano, de modo a assegurar que o e-commerce de seguros diminui a distância em relação aos seus os pares. Já para 2024, as metas são mais ambiciosas: alcançar uma rentabilidade de duas mil apólices por semana e dar asas ao plano de partir para o Brasil e Espanha, e por lá deixar a tecnologia que permite contratar seguros em dois minutos.

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