BPI paga 420 milhões e Estado sai definitivamente do capital

O Estado saiu definitivamente do capital do BPI. O banco liderado por Fernando Ulrich anunciou hoje que pagou 420 milhões de euros, a última fatia do empréstimo de 1,5 mil milhões que o Estado tinha injetado através da subscrição de CoCos. Dois anos depois, o BPI pagou tudo o que devia ao Estado e três anos do prazo limite para o fazer.
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Em comunicado enviado à CMVM, o BPI revela que "reembolsou hoje ao Estado português 420 milhões de euros de obrigações subordinadas de conversão contingente (CoCos), depois de obtida a autorização do Banco de Portugal".

"O Banco BPI concluiu assim o reembolso da totalidade da operação de recapitalização realizada em junho de 2012, quando o Estado português subscreveu 1,5 mil milhões de euros de CoCo", salientou.

A instituição financeira liderada por Fernando Ulrich sublinha que, entre junho de 2012 e junho de 2014, suportou 167 milhões de euros de juros com os CoCos.

A somar a isto, o banco aproveita para referir que "tendo em conta que o investimento do Estado no BPI foi financiado através da linha de 12 mil milhões de euros disponível para a recapitalização dos bancos portugueses no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira, cuja taxa de juro média foi de cerca de 3,3%, o Estado português obteve, no mesmo período, um ganho de 102 milhões de euros, o que corresponde a uma margem média de 5,3%".

O BPI fica assim com um excesso de capital face ao mínimo exigido pelo BCE: "o rácio common equity tier I phasing-in de 12,1%, o que corresponderia a um excesso de capital de 736 milhões de euros relativamente ao valor de referência do BCE de 8%".

2 anos de reembolso

Dois anos depois, o BPI pagou tudo o que devia ao Estado. O historial dos pagamentos do empréstimo ao Estado por parte do BPI começou ainda em agosto de 2012, com o banco a pagar 200 milhões. Ainda em dezembro desse ano, o BPI reembolsou mais 100 milhões.

Já em 2013, a instituição financeira pagou 200 milhões em março e 80 milhões em julho.

As duas tranches finais do empréstimo foram reembolsadas este ano. A primeira, de 500 milhões, em março e agora a última, de 420 milhões.

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