O 19.º Congresso da Associação dos Transitários de Portugal (APAT) voltou a reunir, com sucesso, a comunidade transitária a todos os atores do ecossistema logístico nacional, num ambiente de associativismo e diálogo que se aliou a momentos de networking e intercâmbio de ideias. O objetivo foi atingido: analisar o atual "estado da arte" do fenómeno logístico, dissertar sobre as diferentes soluções para um futuro mais eficiente, interligado e cooperativo, no qual os vários atores da cadeia logística se correlacionam de modo harmonioso e complementar. O evento, centrado no papel do Transitário no desenvolvimento económico, integrou a perspetiva dos operadores rodoviários, marítimos, ferroviários e aéreos, da atividade da gestão portuária e também da intralogística, sem esquecer a Inteligência Artificial e a Cibersegurança, a Formação de quadros profissionais e nem a vertente tributária ficou de fora.
Com cerca de 150 congressistas e mais de 30 patrocinadores a encherem a emblemática sala Costa Verde, do Hotel Solverde, em Vila Nova de Gaia, o evento serviu o propósito de refletir sobre os maiores desafios que o setor transitário enfrenta, buscando, por entre a pluralidade de opiniões, potenciais resoluções que permitam, em sintonia com todos os players logísticos, desbloquear o potencial de crescimento que a atividade transitária possui, e que, inúmeras vezes, acaba desperdiçado pela ausência de um planeamento nacional coerente, no qual o obsoletismo das infraestruturas, a excessiva burocracia e a falta de competitividade são fatores de desencorajamento à evolução do negócio. No discurso que inaugurou os trabalhos, António Dias, presidente da Mesa da Assembleia Geral, enfatizou, precisamente, a importância de uma logística "eficiente" que permita a "otimização dos processos e, por inerência, a redução dos custos, beneficiando a produtividade empresarial e o consumidor".
Paulo Paiva, presidente da Direção, lembrou os "tempos conturbados" e as "mudanças" trazidas pelos mesmos, deixando a garantia de que «os transitários saberão, como sempre, estar à altura dos acontecimentos, demonstrando que o destino passará por encontrar soluções, independentemente do contexto e da conjuntura». Na sua intervenção, deixou críticas à negligência de que o setor é, muitas vezes, alvo: "a Logística em Portugal é o parente pobre da Política, porque a sua relevância é intangível e o resultado da sua eficiência é um dado adquirido. Só sentimos a sua importância quando falta ou sofre perturbações graves que originam falhas nas cadeias de abastecimento. Até que isso aconteça, ninguém quer saber se portos, aeroportos, rodovia e ferrovia estão apetrechados das condições que garantam vantagens competitivas ao país", rematou, deixando uma mensagem forte - é urgente edificar uma estratégica nacional que coloque a Logística no topo das prioridades. O Transitário estará pronto para ser peça-chave dessa necessária e inadiável transformação.