Brasileira Capitual entra em Portugal e quer empregar 400 pessoas em três anos

Fintech vai instalar no país base tecnológica que irá desenvolver operações na Europa. Portugal é porta de entrada no Velho Continente, seguir-se-á Luxemburgo e Itália.
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A startup brasileira Capitual vai expandir a atividade para Portugal durante o ano de 2023, estabelecendo por cá a base tecnológica do que será toda a operação europeia. Portugal é a porta de entrada no Velho Continente para a Capitual, que planeia ter na estrutura lusa 400 trabalhadores dentro de três anos, revela o CEO da startup, Guilherme Nunes, ao Dinheiro Vivo.

"Estamos a montar a nossa estrutura na Europa e vamos entrar através de Portugal, que escolhemos como base para ser o nosso ponto de expansão", afirma o gestor. Guilherme Nunes adianta que, devido ao idioma e à perceção atual de que o país é "atrativo para empresas de tecnologia", a startup brasileira decidiu tornar Portugal num "hub de tecnologia, a partir do qual cobrirá no futuro toda a operação na Europa".

Para alcançar as primeiras metas na Europa, a Capitual vai recrutar em 2023 entre 60 a 100 profissionais qualificados, em Portugal. "A nossa projeção para os próximos três anos é ter cerca de 400 pessoas em Portugal, ajudando a nossa operação como um todo na Europa", realça o gestor brasileiro. A empresa procura engenheiros de software e profissionais para o apoio ao cliente e equipa jurídica.

A Capitual é uma fintech, que através de uma plataforma digital fornece serviços de financiamento da banca tradicional e serviços de exchange (intercâmbio) de criptomoedas.

"Somos uma startup que trabalha na área da banca digital, oferecendo serviços tradicionais a pessoas e empresas e dando a possibilidade de entrarem no mundo dos criptoativos", resumo o CEO da Capitual.

Guilherme Nunes afirma que a Capitual é "similar à Revolut", mas com "algumas peculiaridades". "Na nossa plataforma, é possível transacionar criptoativos como se estivesse numa exchange tradicional, com a diferença que tem uma conta bancária diretamente ligada. É uma conta bancária a partir da qual consegue transacionar criptoativos. Temos também outros serviços como terminais de pagamento e auxiliamos as maiores plataformas de exchange do mundo [como a KuCoin e Huobi, e no passado a Binance]", acrescenta.

O primeiro escritório da Capitual em Portugal localizar-se-á em Lisboa, mas o CEO diz que pretende levar a empresa também para outras regiões do país, futuramente. A região do Porto estará nos planos de médio e longo prazo.

Depois de Portugal, os planos da expansão europeia passam por Luxemburgo e Itália. Neste último país indicado, a Capitual já tem uma licença para prestar serviços de intercâmbio com criptoativos.

Criada em 2019, o principal objetivo da estratégia de internacionalização da Capitual é "fazer na Eurioa o mesmo que já faz no Brasil".

Os planos de internacionalização da Capitual avançam após a fintech brasileira ter anunciado a captação de 15 milhões de euros oriundos da sociedade de investimentos italiana Azimut. Esta sociedade gere atualmente ativos no valor de 80 mil milhões de euros em 18 países.

A Capitual tem atualmente 4,5 milhões de clientes no Brasil, registando um volume médio de transações mensal de mil milhões de dólares (931,5 milhões de euros). O CEO da Capitual, Guilherme Nunes, revela ainda que a empresa prevê atingir uma base de sete milhões de clientes quando as operações na Europa estiverem estabelecidas.

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