BTL elege Centro de Portugal como 'destino convidado' em 2018

O Centro de Portugal foi eleito pela Bolsa de Turismo de Lisboa como 'destino convidado' em 2018.
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A BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa elegeu o Centro de Portugal como 'destino convidado' em 2018, anunciou hoje em Macau a diretora de área de feiras da FIL e responsável pela BTL, Fátima Vila Maior.

"Em 2018, o destino convidado da BTL vai ser o Centro de Portugal. Achamos que há um conjunto de situações, que estão criadas este ano, para que no próximo ano faça todo o sentido que a escolha tenha recaído sobre este destino".

A responsável falava aos jornalistas portugueses à margem do 43.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Macau.

"Numa primeira análise, infelizmente pelos desastres ambientais que ocorreram e, portanto, é um destino que tem que ter uma capacidade muito grande de se renovar e nós acreditamos que sim. Já foram dadas algumas provas, contudo, achamos que houve um grande mediatismo, e nós BTL queremos que esse mediatismo não fique só pelos meses a seguir, mas que de alguma forma seja transportado para o ano 2018", disse, justificando a escolha.

Fátima Vila Maior acrescentou que "há muito trabalho a fazer e, portanto, é uma coisa que não pode ser pontualmente nestes meses imediatamente a seguir".

Por outro lado, disse, o centro é um destino que tem uma oferta enorme e muito diversificada.

"Independentemente da excelente oferta de outros destinos, podemos dizer que, se calhar, o Centro de Portugal é aquele que tem uma maior oferta e, portanto, nunca se esgota e o nosso objetivo é que, enquanto destino convidado da BTL, não se esgote em mais publicidade na feira, em se poder ver na entrada da feira uma menção ao Centro, mas queremos também que esse posicionamento extravase a feira e se veja na cidade de Lisboa por ocasião da BTL o destino. Que Lisboa viva o destino do Centro, que na semana na BTL, no mês de março, que é o mês que antecede a Páscoa, queremos potenciar", sublinhou.

A responsável pela BTL acredita que, tal como o Centro tem vindo a fazer, "tendo umas ideias fantásticas", vai, "com certeza, também aproveitar esta oportunidade".

Na quinta-feira, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, disse, em Macau, que o Turismo de Portugal vai ter também um programa de incentivos financeiros para a realização de congressos nas zonas afetadas pelos incêndios.

Também na quinta-feira, o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, disse, no discurso de abertura do Congresso Nacional da APAVT, que a associação criou e custeou um 'site' sobre o turismo do Centro para ajudar à reconstrução daquele destino turístico afetado pelos incêndios.

"Do lado dos acontecimentos não desejados, pela sua importância, não podemos deixar de salientar a tragédia dos incêndios, que afetou tão dramaticamente as gentes da região do centro, o nosso 'destino preferido' ['recomendado' pela associação] de 2017", afirmou o presidente da APAVT.

Acrescentou que a APAVT quer, por isso, estar ao lado da equipa do Turismo do Centro na "reconstrução do destino".

"Sobretudo porque, sendo verdade que, depois da tragédia, houve, e ainda bem, um espaço de solidariedade e ajuda, todos sabemos que espécie de solidão aí vem, quando as dificuldades permanecerem, mas a atenção mediática desaparecer", afirmou.

Por esta e "todas" as razões, Pedro Costa Ferreira anunciou que a APAVT colocará, então, "à disposição do turismo do centro, o 'site' "O Centro das atenções", que será colocado online a todo o momento" e que, segundo o mesmo, cumpre uma promessa realizada num primeiro encontro com os agentes do setor da região após "a primeira tragédia".

O responsável garantiu ainda que o 'site' estará vivo "ao longo de, pelo menos, todo o próximo ano", chamando a atenção para "todas as oportunidades que se mantêm inalteradas, na região".

"A APAVT custeou integralmente este 'site' e custeará integralmente a sua dinamização, na convicção profunda de que o que o centro mais precisa é que os seus parceiros repitam até à exaustão, que a melhor maneira de ajudar é irmos passar férias, e fazermos reuniões corporativas, naquela região do país", reforçou.

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta foi a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

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