Os espanhóis Caixabank e Santander estão bem posicionados para serem 'players' chave numa consolidação da banca em Portugal, cujo 'gatilho' poderá ser a venda do Novo Banco, pois já atuam no mercado português e poderão beneficiar de sinergias, segundo a agência de notação financeira Fitch.."Quando uma aquisição é feita por um 'player' doméstico, é positivo porque permite obter sinergias," afirmou Roger Turro, director de instituições financeiras em Portugal e Andorra na Fitch, em declarações à Reuters.."Uma consolidação com um 'player' grande como o Novo Banco poderá ser um dos 'drivers'," vincou..Erwin van Lumich, diretor-executivo da Fitch para as instituições financeiras no sul da Europa, disse à Reuters que Portugal tem mais bancos, em termos relativos, do que alguns países no continente.."Em geral, vemos âmbito para consolidação no sul da Europa, o que poderia ser positivo para retirar alguma sobre-capacidade do mercado, mas é isso é muito difícil de fazer numa economia que ainda sofre de níveis relativamente altos de desemprego," vincou.."Portanto o caminho potencial que o Caixabank poderá ter em mente faria sentido, pois é o maior 'player' doméstico em Espanha e têm também a participação no BPI, portanto olham para o mercado ibérico como sendo um," sublinhou.."Há um papel para jogar pelos bancos espanhóis (em Portugal), com o Santander Totta sendo uma possibilidade clara, o Caixabank tem exposição, portanto há certamente um papel.."Estas resoluções tiveram um impacto (negativo) no sentimento dos investidores, e talvez na forma como os investidores de retalho possam ver os bancos, mas resta ver se esse é um efeito temporário," disse van Lumich..Frisou que "o tempo dirá" se as resoluções terão impacto na capacidade de financiamento dos outros bancos portugueses, adiantando: "a nossa posição é que o efeito de contágio é relativamente limitado, pois alguns dos outros bancos que têm um 'rating' (ao contrário do Novo Banco) têm dinâmicas muito diferentes, por exemplo da que o Banif demonstrava"..Roger Turro explicou que apesar das resoluções e os desenvolvimentos de dezembro, a Fitch manteve o 'outlook' estável para a banca portuguesa.."Isto deve-se à retoma económica, que acreditamos que deverá suportar uma estabilização da qualidade dos activos, ao cortar as 'entradas' no crédito mal parado, e que, com a redução contínua dos custos de depósitos, apoiará um ganho na rentabilidade, que já foi visível em 2015".