Campanha para consumo da cavala rendeu mais 2ME aos pescadores

Publicado a

A campanha para levar mais portugueses a consumir cavala permitiu que os pescadores recebessem mais dois milhões de euros no ano passado e aumentou em 22,8% os quilos deste peixe vendidos nas lotas, indicou hoje a Docapesca.

"Em lota vendemos mais dois milhões de euros de cavala, foram dois milhões de euros que foram para os pescadores, para a frota de pesca", destacou Ana Paula Queiroga, diretora comercial e de marketing da Docapesca.

A responsável destacou que a campanha visou mostrar aos consumidores que, "num tempo difícil como o que Portugal atravessa, a cavala é uma hipótese alternativa, rica nutricionalmente, que permite fazer uma boa refeição familiar barata".

"É muito abundante na costa portuguesa. É, segundo estudos científicos, muito rica nutricionalmente, nomeadamente em ómega 3, não tem restrições de pesca até ao momento e é muito pouco valorizada comercialmente", disse, salientando que o quilo de cavala na lota ronda apenas os 30 cêntimos por quilo.

Os números avançados pela Docapesca indicam ainda que foram transacionados no ano passado mais 22,8% de quantidade (quilos) deste pescado e que o valor das transações e do rendimento do pescador aumentou 20%.

Também no setor conserveiro, houve uma evolução de 21,7% das conservas de cavala.

"A cavala tem um grande potencial de exportação através do crescimento da indústria de conservas e a campanha de 2012 teve esses resultados. Foi crescente a exportação de filetes de cavala em azeite e o interesse de algumas fábricas que não produziam e que passaram a produzir e a cavala filetada congelada mostrou-se também um bom produto para exportação", acrescentou Ana Paula Queiroga.

A Docapesca está a desenvolver vários projetos para a valorização do pescado na costa portuguesa, nomeadamente o Comprovativo de Compra em Lota (CCL), uma etiqueta disponibilizada nos pontos de venda que permite ao consumidor ter a informação da lota onde foi comprado o pescado e a arte de pesca com que foi capturado.

"O que queremos é dar ao peixe português uma bandeira, uma identidade. Hoje o consumidor tem de identificar mais facilmente de onde vem o produto que está a consumir e o CCL responde a esta matéria com uma identificação rápida que se trata de pescado que vem da lota, dos nossos pescadores, respeitando os tamanhos mínimos em lotas, com número de controlo veterinário, com segurança alimentar e com fiscalização por parte de veterinários", realçou o presidente da Docapesca, José Apolinário.

O responsável adiantou que, em relação à promoção da cavala, o desafio passa agora pela inovação.

"Temos de lançar novos produtos, pensamos que, por exemplo, hambúrguer de cavala pode ser um grande desafio para que a cavala seja mais utilizada pelos mais jovens", sugeriu.

A campanha foi desenvolvida em parceria com municípios, escolas de turismo e hotelaria, produtores, comerciantes, distribuição alimentar e indústria conserveira.

Com as câmaras municipais, por exemplo, foram desenvolvidas aulas de culinária em mercados municipais, com chefs disponibilizados pelas escolas de turismo.

Foram desenvolvidas 57 ações de promoção em 36 cidades, com 1.140 participantes que aprenderam a confecionar um total de 114 receitas com cavala.

A Docapesca iniciou ainda este ano uma campanha de sensibilização junto de agentes económicos e do consumidor final para a promoção do consumo do polvo.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt