Costa. "Confio nas pessoas e no seu comportamento exemplar"

Primeiro-ministro está a visitar fábricas a Norte que estão em produção, preparando o regresso à reabertura gradual da atividade, prevista para maio.
Publicado a

"Confio nas pessoas e no seu comportamento exemplar", reagiu António Costa, primeiro-ministro, aos alertas de que o levantamento do Estado de Emergência poderia levar a um aumento da propagação da pandemia do covid-19, pois o Estado ficaria sem capacidade de limitar os movimentos dos portugueses.

Em Paços de Ferreira, onde visitava a Petratex, empresa têxtil que reconverteu parte da sua atividade para produção de material de proteção, o primeiro ministro desvalorizou os alertas dos constitucionalistas que têm referido que com o levantamento do Estado de Emergência, o que tudo indica poderá acontecer em maio, o Governo ficaria sem instrumentos legais para limitar os movimentos dos portugueses para fora do concelho de residência, à semelhança do que sucedeu na Páscoa.

António Costa fala na "capacidade dos juristas em inventar problemas", quando questionado sobre o tema, frisando que "as pessoas se tiverem consciência que estão contaminadas devem manter-se isoladas".

"Confio nas pessoas e no seu comportamento exemplar", disse, lembrando que uma série de medidas de confinamento já tinham sido adotadas pelos portugueses "antes do Estado ter adotado essas medidas".

"Até o cerco sanitário de Ovar já tinha sido adotado antes do Estado de Emergência", exemplifica o primeiro-ministro.

Esta segunda-feira, António Costa está a visitar fábricas que estão a retomaram a sua atividade ou reconverteram a produção na fase da pandemia. A primeira visitada foi a Continental Mabor, empresa em Vila Nova de Famalicão (Braga) que suspendeu a produção em março e retomou a atividade produtiva na semana de 13 de abril, com equipas alternadas a cada duas semanas”.

Na Petratex, em Paços de Ferreira, a empresa têxtil redirecionou grande parte da sua atividade à produção de máscaras e equipamentos de proteção individual, produzindo, em média, 100 mil máscaras por dia.

"Esta estratégia da indústria nacional é algo de louvar", destacou António Costa, referindo que deste modo se mitiga o impacto económico desta pandemia.

"Temos de retomar a economia de forma gradual e em segurança. E é isto que dá confiança a toda a gente na retoma ao trabalho".

O primeiro-ministro referiu que o Governo está a ver com cada setor de atividade "quais são as normas de higiene no local de trabalho, de higienização no transporte para o local de trabalho e de proteção individual de cada um dos trabalhadores, que permitam à economia retomar o maior ritmo da sua atividade".

Esse processo nunca poderá "pôr em causa aquilo que é fundamental, que é o controlo da pandemia", concluindo: "A fase seguinte é podermos aprender como vamos retomando a nossa vida do dia a dia, passando a conviver, até haver vacina, com o vírus".

"Se as coisas começarem a correr mal, nós temos que dar um passo atrás. Daremos sempre os passos que forem necessários para proteger a segurança. Esperamos que sejam para a frente, mas se tiverem de ser para trás, assim serão", assegurou.

(notícia actualizada às 13h50 com mais declarações)

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt