Crise da batata frita esvazia prateleiras e inflaciona preços no Japão

A maior empresa japonesa de Snacks anunciou que vai suspender a produção de 15 tipos de batatas. Tufões afetaram produção da batata
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É a economia a funcionar: os tufões afetaram a produção de batata e, neste momento, os japoneses não conseguem ter oferta suficiente para contentar a procura. Os preços já se estão a ressentir: um pacote de batata frita está a ser vendido no Japão por 11 euros (1250 yen) quando o preço original não chega sequer aos dois euros. É seis vezes mais para um produto que já está a ser difícil de encontrar nas prateleiras, revela a Bloomberg.

Pelo Twitter, as imagens da escassez vão chegando. E há mesmo quem já aponte culpados: as alterações climáticas. "As lojas já não têm batatas", alertam os jornais locais.

https://twitter.com/Kotaku/status/852116014636650497

https://twitter.com/altNOAA/status/853109231406518272

O alerta foi dado pela Calbee, a maior fabricante de snacks do Japão que, esta segunda-feira, anunciou que irá suspender a produção de 15 tipos de batatas fritas depois de a região de Hokkaido, o oásis de produção de batata do país, ter registado uma quebra acentuada da produção.

Para já, a quebra na oferta sente-se apenas nas batatas fritas. Mas de acordo com o Nikkei, jornal local, a crise pode rapidamente espalhar-se a cadeias de fast-food e restaurantes, para quem as batatas são parte essencial das refeições servidas.

"Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para retomar as vendas", afirmou Rie Makkuchi, porta-voz da Calbee, citada pela Bloomberg, admitindo recorrer a batata importada, e à ilha de Kyushu onde os produtores poderão tentar antecipar a colheita das suas produções.

Mas a Calbee está longe de ser a única. A concorrente de mais pequena dimensão, Koike, que apenas utiliza matéria-prima nacional, cortou a fabricação de 9 snacks.

Nenhuma das duas empresas admite quando poderá regressar à normalidade.

Não é a primeira vez que o Japão enfrenta escassez de um determinado produto. No passado, a redução do número de quintas leiteiras, e as elevadas taxas de importação aplicadas no país, resultaram numa escassez de manteiga, amplamente acompanhada a nível internacional.

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