A história diz que não. Mais concretamente, os dados económicos e financeiros de 1998 refletem uma realidade bem diferente, para pior, face ao que atravessa hoje o país. É certo que as comparações com a atualidade são inevitáveis, até porque os dados deste ano não são nada positivos, além que foram registados num curto espaço de tempo e nada impede que, a continuarem os problemas, 2014 venha a ser pior que 1998. Mas, por enquanto,a história distancia os dois anos de crise. .Rublo.O foco das tensões que a Rússia enfrenta centra-se fundamentalmente na moeda. E não é para menos já que o rublo fixou mínimos históricos face ao euro e face ao dólar. Mas está a desvalorizar mais ou menos que em 1998? Menos, por enquanto. Há 16 anos o rublo perdeu 71% do seu valor face ao dólar. Até agora a quebra ascende a 47%..Bolsa.No caso do mercado de capitais, o índice RTS afundou nas últimas semanas para os valores mais baixos desde 2009. Desde o arranque deste ano, o tombou ascende a 50%. Apesar de avultada, a perda está ainda longe dos históricos 85% registados em 1998, e abaixo dos 72% acumulados em 2008, ano da falência do Lehman Brothers..Inflação.Em novembro, a inflação acelerou na Rússia para alcançar uma taxa de 9,1%. Além de ser a mais elevada desde 2011, contrasta com a baixa inflação nos Estados Unidos ou com as pressões deflacionistas que padece a zona euro. Ainda assim, o valor está muito abaixo da inflação de 84% registada em 1998. A hiperinflação desse ano estendeu-se a 1999, quando a taxa chegou inclusive a superar os 100% empurrada pela extrema volatilidade do rublo..PIB.A recessão da Rússia já é ponto assente, sendo que a dúvida está agora na sua intensidade. E será mais um ponto de diferenciação face a 1998. Nesse ano, a contração económica russa atingiu os 5,3%. Por enquanto, o FMI até prevê para este ano um ligeiro crescimento de 0,2%..Reservas.Este é um dos principais pontos diferenciadores entre 1998 e 2014. Antes dos acontecimentos se precipitarem no verão de 1998, as reservas internacionais russas - ou seja as divisas estrangeiras e o ouro - não chegavam aos 20 mil milhões de dólares. Atualmente, apesar de já terem recuado em mais de 90 mil milhões de euros este ano e de estarem em mínimos de 2009, as reservas ascendem a 416 mil milhões de dólares. Ou seja, são 21 vezes superiores ao registado há 16 anos.