A Deco alertou hoje, numa nota publicada no site, que os "novos tarifários da Galp não valem a pena". De acordo com a análise feita pela Associação, as ofertas lançadas esta semana são enganadoras, confusas, obrigam a pagar por serviços e ainda são menos vantajosas que os descontos anteriores que a empresa fazia.
"Anunciam descontos entre 5% e 40%, mas estes não correspondem a poupanças semelhantes porque incidem apenas sobre a potência contratada", pode ler-se na nota que a Deco Proteste publicou hoje no site, que refere ainda que os "tarifários são complexos e caros" e que "estão indexados aos preços das tarifas transitórias do mercado regulado,
o que representa outra desvantagem".
Pelas contas da Deco, "se aderir ao plano Confort para eletricidade e gás natural,
terá de pagar no mínimo 3,90 euros mensais pelo serviço adicional para
usufruir de um desconto de 40%. Na potência elétrica contratada
mais comum em Portugal - 3,45 kva - traduz-se num desconto mensal de 2,25 euros, portanto tem de desembolsar mais 1,65 euros". E ironiza, "este plano
"confortável" sai mais caro do que as atuais tarifas reguladas".
Acresce ainda que o custo mensal deste serviço vai até aos 5,90 euros e que, em caso de rescisão, o consumidor terá de o continuar a
pagar até perfazer o ano que dura o contrato. "Na prática, trata-se de uma
penalização por resolução antecipada, o que representa um claro
retrocesso face às ofertas mais recentes", acusa a Associação.
No caso de contratar apenas eletricidade e optar pelo plano Online, a deco avisa ainda que, "embora as percentagens de desconto anunciadas sejam aparentemente
elevadas, representam um retrocesso face aos tarifários que surgiram em
resposta ao leilão promovido pela Deco".
"As contas, mais
uma vez, não enganam. Para um consumo anual de 1700 kwh/ano e potência
contratada de 3,45 kva o tarifário anterior Galp Online
(em vigor entre maio e junho) representava uma fatura anual de 389,5
euros (tarifa simples) ou de 385,97 euros (tarifa bi-horária). Com o novo Galp
Online, a fatura anual é de 395,91 euros (tarifa simples) ou de 393,19
euros (tarifa bi-horária)", diz a mesma nota.
Contudo, ressalva que este plano "pode, em algumas
situações, ser vantajoso".
A Associação destaca ainda outras desvantagens como uma "maior
complexidade na construção dos tarifários" que "não facilita a correta
percepção e escolha pelos consumidores quanto à solução mais adequada". Diz a Deco que "em
pleno mercado liberalizado, as comparações devem ser fáceis e
intuitivas para que a decisão não seja um quebra-cabeças".