Dilma Rousseff diz que EUA e UE são uma "ameaça global"

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A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, afirmou ontem à noite, no Peru, que a "insensatez" e "incapacidade política" dos Estados Unidos e da União Europeia são uma "ameaça global", noticia hoje a imprensa brasileira.As declarações foram feitas no âmbito da reunião extraordinária da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), realizada na madrugada de hoje (hora de Lisboa), após a cerimónia de tomada de posse do novo presidente Ollanta Humala, em Lima, capital do Peru.No seu discurso, a presidente brasileira apelou ainda às nações latino-americanas para se unirem para fazer frente ao "mar extraordinário de liquidez" que, segundo ela, vem dos países desenvolvidos rumo às nações emergentes, em busca de maior rentabilidade.Após o encontro, os principais líderes latino-americanos decidiram que farão uma nova reunião em Buenos Aires, capital da Argentina, nos dias 11 e 12 de Agosto, para estudar medidas conjuntas de proteção contra operações especulativas.Os mandatários latino-americanos anunciaram, ainda, que convidarão o México para se aliar aos esforços conjuntos da região. Registe-se que a Unasul é formada por 12 países da América do Sul e não inclui o México (América do Norte).Entre as medidas possíveis de serem adoptadas, destacam-se políticas de financiamento para as exportações, além de esforços para aumentar a integração económica entre os países membros do novo bloco, constituído em 2008.Para Dilma Rousseff, a intensificação do comércio regional será importante para criar também uma protecção à entrada de produtos asiáticos que está a comprometer a indústria e os empregos locais.Segundo o diário "Folha de São Paulo", a equipe económica do governo brasileiro prepara-se para ter de lidar com a incerteza gerada pela instabilidade financeira norte-americana ainda por alguns meses. O Brasil já teve de adoptar várias medidas para tentar conter a queda do dólar face à moeda local (real).Esta semana, o ministro das Finanças (Fazenda, localmente), Guido Mantega, decidiu aumentar os impostos que incidem sobre operações de derivados no Brasil. A medida afecta igualmente os investidores brasileiros e os estrangeiros.

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