Está em marcha a transformação energética do grupo Cooltra, dono da plataforma de partilha de scooters eCooltra. O grupo de mobilidade europeu está a substituir toda a frota de aluguer de motociclos a gasolina por modelos sem emissões, num processo que ficará completo em 2024. Ao mesmo tempo, a eCooltra, que só usa scooters elétricas, baixou temporariamente os preços e vai alargar a área de serviço na periferia de Lisboa ao longo deste ano.
A troca de energia está a ser feita no negócio da Cooltra, que aluga motociclos a particulares e a empresas. “Temos 900 veículos, dos quais 45% ainda são a gasolina. No ano passado, não comprámos um único veículo a combustão. Em cinco anos, vamos esgotar a frota de veículos a combustão interna, coincidindo com o período de vida útil das motos. Estamos a falar de 2024”, adianta Pedro Pinto, responsável pelo mercado português do grupo.
A frota de aluguer foi reforçada com motos elétricas com cilindrada equivalente a 400 centímetros cúbicos e que contam com uma autonomia de 191 quilómetros. Haverá 30 destas motos até ao final do ano.
A Cooltra também está a eletrificar a frota no serviço EcoScooting, que proporciona veículos, estafetas e malas às empresas de entregas. Um dos clientes é a Domino’s Pizza, que até ao final deste ano passará a entregar os pedidos exclusivamente com motos a baterias.
Sem emissões desde o início é o negócio de partilha de scooters elétricas, a eCooltra. Este serviço já conta com mais de 90 mil utilizadores registados em Lisboa. Toda a logística é feita com carrinhas elétricas, que recolhem diariamente as baterias. Estas baterias são carregadas praticamente apenas com recurso a energias renováveis. Consolidar a presença no mercado é o principal objetivo para este ano.
“A nossa estratégia para 2020 é reforçar a liderança, consolidar-nos nas cidades onde estamos e eventualmente expandir a nossa área de serviço dentro das cidades onde estamos para albergar os concelhos limítrofes, de forma a dar mais opções aos nossos utilizadores.”
Locais como Algés, Miraflores, Carnaxide e “parte da Amadora” estão nos planos de expansão da eCooltra. “Loures e Odivelas podem ser concelhos testados. Tudo depende da adesão dos habitantes”, detalha Pedro Pinto.
A expansão para outras cidades portuguesas vai ter de esperar pelo próximo. “Chegar ao Porto está nos nossos planos mas para 2020 já temos os objetivos bem definidos para Lisboa.”
O reforço da eCooltra em Portugal também é feito com uma descida nos preços. No início do mês, a tarifa por minuto baixou dos 26 para os 22 cêntimos; nos pacotes, o preço por minuto caiu para os 15 cêntimos. Esta foi a forma encontrada para celebrar “a nomeação de Lisboa como Capital Verde Europeia”.
A empresa também quer que os clientes façam as compras de maneira mais ecológica. Celebrou, para isso, uma parceria com o IKEA de Alfragide, que permite aos utilizadores deixarem as scooters em locais reservados.