O turismo cresceu em 2017 no Douro, território onde a sazonalidade está a diminuir e os visitantes chegam de barco, mas também de carro, autocaravana, comboio ou de bicicleta.."Está a ser um ano fantástico", afirmou à agência Lusa José António Fernandes, da Associação de Empresários de Hotelaria e Turismo do Douro (HTDouro)..O responsável referiu que se veem mais visitantes pelo Douro e que o crescimento foi notório a todos os níveis, desde a restauração ao alojamento.."Os grupos e a procura já se diluem mais no tempo. Podemos dizer que a época baixa já não é tão grande. A sazonalidade está a diminuir notoriamente", frisou..O verão prolongado deste ano ajudou mas, segundo José António Fernandes, a procura começa também mais cedo..Muitos visitantes chegam ao Douro de barco, mas há cada vez mais pessoas que viajam de carro, autocaravana, comboio ou de bicicleta.."Acho que o turismo fluvial serviu para impulsionar o outro tipo de turismo. Neste momento, tenho imensas pessoas a chegar ao museu de bicicleta", afirmou Fernando Seara, diretor do Museu do Douro, localizado no Peso da Régua..E ali chegam, segundo acrescentou, cada vez mais estrangeiros, muitos deles provenientes de países como os Estados Unidos da América, Brasil, Austrália, Argentina, Uruguai, Bélgica, França ou Luxemburgo..A cidade da Régua possui um parque de estacionamento para autocaravanas que, segundo o presidente da autarquia, José Manuel Gonçalves, está a ser "um sucesso" e "é cada vez mais procurado"..O parque foi construído junto ao rio Douro há cerca de três anos e os espaços disponíveis até já foram aumentados. O estacionamento é pago mas, segundo o autarca, "está regularmente cheio"..Não há muitos espaços destes na região e, de acordo com José Manuel Gonçalves, este parque "é uma referência a nível europeu para a rede do autocaravanismo". "Este é um setor com enorme potencial. Esta é uma aposta ganha para a região", frisou..Os autocaravanistas, muitos deles franceses, alemães, espanhóis ou dinamarqueses, possuem um elevado poder de compra e efetivamente compram e consomem na cidade e daqui partem para visitar outros locais do Douro. O tempo de permanência ronda os três dias.."De ano para ano o turismo tem aumentado no Douro", afirmou Catarina Fonseca, da empresa Novas Etapas -- Animação Turística, instalada na Régua, que vende passeios em cruzeiros diários, em jipe ou de 'tuk-tuk' e possui também uma loja onde vende vinho, azeite e compotas da região..A responsável referiu que quem "dá movimento" são os visitantes que chegam individualmente ou em pequenos grupos, muitos deles que estão no Porto e sobem de comboio para passar um dia no vale do Douro.."Falamos muito do turismo fluvial, nomeadamente dos barcos-hotel, mas um dos grandes problemas desse tipo de programas é que os passageiros pouco param ou pouco saem do barco para visitar a cidade", lamentou..José António Fernandes acrescentou que o turismo fluvial "ainda pouco se reflete nos empresários locais" e sublinhou que este é "um problema" que tem que ser resolvido..Já quem vem de carro para o Douro aproveita para fazer "muitas compras".."Da Bélgica, França ou Luxemburgo vêm de carro e à procura do que cá temos, como o vinho. A venda à porta está a ganhar peso na região e é a que mais valor deixa aos produtores", sublinhou o diretor do Museu do Douro..O ano turístico foi bom. No entanto, José António Fernandes ressalvou que a região ainda "não atingiu o ponto bom".."Ainda falta fazer muita coisa a nível, por exemplo, da formação, não temos cozinheiros nem pasteleiros suficientes, e também do marketing e da promoção", sublinhou.