Segundo Rui Bairrada, um dos fundadores da Reorganiza - que centra a atividade na renegociação de empréstimos -, o objetivo do Dr. Finanças é "promover as melhores práticas na gestão do orçamento familiar e alertar para a necessidade de identificação de sintomas de doença financeira". Feito o diagnóstico, o "Dr. Finanças prescreve e realiza o 'tratamento' que consiste na renegociação de contratos de crédito junto das várias instituições financeiras".
As consultas de diagnóstico são gratuitas mas o tratamento é pago. "O custo de todo o processo é o equivalente a duas vezes a redução da prestação mensal obtida (sendo que o cliente irá beneficiar da redução até ao final do contrato)", adiantou o responsável pelo Dr. Finanças.
Embora não seja possível identificar um perfil concreto, Rui Bairrada indica que as principais causas de endividamento consistem no desemprego, doença, divórcio, contratos de fiança e desconhecimento. E que o número médio de créditos é de sete e o volume de endividamento ronda os 80 mil euros.
Questionado sobre se nas situações mais complicadas, o grupo reencaminha as famílias para a insolvência, Rui Bairrada explicou que "o Dr. Finanças não faz o encaminhamento dos seus clientes para insolvência. Tentamos renegociar a generalidade dos créditos e quando a nossa atuação não possibilita que os encargos mensais sejam adequados com o rendimento da família sugerimos aos clientes que contactem um advogado da sua confiança". Segundo o fundador da Reorganiza, "a solução da renegociação de créditos tem uma taxa de sucesso na ordem dos 70%-80%".
Rui Bairrada revelou ainda que, atualmente, as instituições financeiras estão mais abertas à negociação com os seus clientes "o aumento do incumprimento dos contratos de crédito força os bancos a negociar, o que é visível no nosso dia-a-dia". Em todo o caso, critica o facto de o processo ser "ainda muito burocrático e moroso".
Para 2015, esperam apoiar mas famílias, pelo menos 20% das 5000 que esperam formar, ou seja, ajudar cerca de 1000 famílias. "O paradigma mudou pelo que as soluções têm também elas de mudar e adaptar-se à nova realidade", conclui.