Conheça o novo terminal de cruzeiros de Lisboa hoje inaugurado

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O primeiro-ministro considerou que o novo terminal de cruzeiros de Lisboa, hoje inaugurado, é um bom exemplo de continuidade política e estabilidade de decisões, frisando que este projeto envolveu três governos diferentes e quatro mandatos autárquicos.

António Costa assumiu esta posição em defesa dos consensos políticos alargados em matéria de obras públicas na cerimónia de inauguração no novo terminal de cruzeiros de Lisboa, em Santa Apolónia, após discursos proferidos pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

Tendo a escutá-lo na primeira fila a presidente do CDS-POP, Assunção Cristas, o primeiro-ministro elogiou a ação da falecida antiga líder parlamentar democrata-cristã Maria José Nogueira Pinto e do ex-ministro da Economia Pires de Lima no longo processo de construção do novo terminal de cruzeiros.

António Costa referiu que, na sequência da criação do Comissariado para a Revitalização da Baixa/Chiado, presidido por Maria José Nogueira Pinto, propôs-se em 2007, "de forma revolucionária", que o terminal de cruzeiros fosse transferido de Alcântara para a Santa Apolónia.

Ainda de acordo com o líder do executivo, foi depois o ex-ministro da Economia Pires de Lima quem abriu o concurso para a concessão e construção deste terminal de cruzeiros.

"Estamos perante um excelente exemplo da continuidade de políticas e de estabilidade de decisões. Isto deve ajudar o país a compreender bem a importância de haver consenso político alargado em matéria de construção de grandes infraestruturas", insistiu o primeiro-ministro.

Outra mensagem de António Costa passou por defender que ainda há margem para o turismo crescer em Portugal nos próximo anos, apesar de já representar 18% das exportações e cerca de 7% do PIB (Produto Interno Bruto).

O primeiro-ministro afirmou então que, por exemplo, o turismo de cruzeiros cresceu 62% na última década e Portugal tem apenas "uma pequena parcela deste mercado".

"Com a posição geoestratégica do país, ponto de encontro entre as rotas do Atlântico e do Mediterrâneo, Portugal dispõe de condições únicas para ter neste segmento de mercado um franco crescimento", sustentou, num discurso em que fez rasgados elogios à obra do arquiteto Carrilho da Graça.

É tempo para que novo terminal de cruzeiros de Lisboa "cumpra objetivos"

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, disse hoje que o novo terminal de cruzeiros de Lisboa, inaugurado esta manhã, é uma "missão cumprida", pelo que agora é preciso que esta infraestrutura "cumpra os objetivos para que foi criada".

"Hoje começa uma nova missão, uma nova fase de exigência", ou seja, "fazer com que o novo terminal de cruzeiros de Lisboa cumpra os objetivos para que foi criado, atraindo mais navios e mais passageiros de cruzeiros, designadamente em operações 'turnaround', para a cidade de Lisboa", disse a ministra na sua intervenção durante a cerimónia de inauguração da infraestrutura.

O novo terminal envolve um investimento total de mais de 70 milhões de euros, 54 milhões que foram responsabilidade da Administração do Porto de Lisboa (APL), e 23 milhões resultantes do contrato de concessão para a construção, operação, financiamento e transferência, por um período de 35 anos, com a "Lisbon Cruise Terminals".

Sobre o negócio, a ministra salientou que "não envolve qualquer risco para o setor público", uma vez que "é o parceiro privado que assume integralmente o risco associado à construção, operação e financiamento do novo terminal de cruzeiros".

Na opinião de Ana Paula Vitorino, o projeto do arquiteto Carrilho da Graça é "uma obra de arte urbana que vem valorizar o coração da cidade e da sua artéria principal, o rio Tejo", e que permitirá colocar a capital "entre os portos mais bem servidos", a "primeira liga dos principais portos de cruzeiros a nível mundial".

A responsável vincou também que este dia é o marco da intervenção na área ribeirinha.

Mostrando-se convicta de que o ordenamento do território deve ser responsabilidade municipal, Ana Paula Vitorino advogou que "é possível conciliar a promoção da economia do mar com o respeito democrático dessas competências".

Durante a sua intervenção, a ministra adiantou também que no ano passado o impacto direto dos cruzeiros na economia portuguesa foi de "cerca de 30 milhões de euros", sendo que foram recebidos no porto de Lisboa "cerca de 523 mil passageiros".

Assim, a governante vincou que esta é "inquestionavelmente uma mais-valia para a economia nacional e da região de Lisboa".

(Notícia atualizada às 16:30 com as declarações da ministra do Mar)

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