Exportações de calçado superam concorrência e crescem 3,7% em valor até junho

Associação do setor diz que 2025 “está a ser um ano muito exigente”, mas destaca que a indústria portuguesa “tem vindo a ganhar quota face aos principais ‘players’ internacionais”.
Exportações de calçado superam concorrência e crescem 3,7% em valor até junho
Maria João Gala / Global Imagens
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As exportações da indústria portuguesa de calçado aumentaram 5,4% em quantidade e 3,7% em valor no primeiro semestre, em termos homólogos, somando 36 milhões de pares e 843 milhões de euros, anunciou esta segunda-feira, 25 de agosto, a associação setorial.

Citado num comunicado, o presidente da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) afirma que 2025 “está a ser um ano muito exigente para a indústria de calçado a nível internacional”, mas destaca que a indústria portuguesa “tem vindo a ganhar quota face aos principais ‘players’ internacionais”.

“O facto de exportarmos mais de 90% da nossa produção para 170 países permite que a indústria portuguesa revele um desempenho globalmente positivo”, sustenta Luís Onofre.

Ainda assim, o dirigente associativo alerta que o setor continua “muito dependente da evolução das principais economias para manter este registo na segunda metade do ano e consolidar 2025 como um ano de afirmação do calçado português nos mercados externos”.

Depois de um arranque de ano marcado pela incerteza e por quebras na ordem dos dois dígitos, a APICCAPS destaca que as exportações portuguesas de calçado para os EUA “iniciaram uma trajetória de recuperação”, ascendendo a 40 milhões de euros no final do primeiro semestre, uma quebra homóloga de 6,4%.

Reiterando que o mercado norte-americano “é uma prioridade para o calçado português”, o presidente da APICCAPS destaca que, num “enquadramento tarifário mais favorável - em que países como o Brasil são penalizados em 50%, a China em 30%, a Índia em 50% e o México em 25% - esta “pode ser a oportunidade” para o setor português do calçado reforçar a presença nos EUA, “onde cresce a procura por produtos ‘premium’, sustentáveis e com história”.

“Portugal, tendo em conta os investimentos em curso – mais de 100 milhões de euros no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] nos domínios da automação, robótica e sustentabilidade – pode afirmar-se como uma sólida alternativa à produção massificada e ambientalmente insustentável”, enfatiza Luís Onofre.

Segundo os dados da APICCAPS, na primeira metade do ano, a China – responsável por cerca de 55% da produção mundial de calçado – viu as respetivas exportações recuarem 12,5%.

Já o México e a Turquia, apontados como “dois produtores de referência”, registaram quedas de 19,3% e 15,3%, respetivamente, no comércio internacional.

No espaço europeu, também Itália e Espanha, dois dos grandes concorrentes de Portugal, apresentaram quebras de 2,6% e 2% nas exportações.

Entre janeiro e junho, a Alemanha reforçou-se enquanto principal destino do calçado português, crescendo 13,1% para 217 milhões de euros.

Também a França manteve uma evolução positiva, com um acréscimo de 1,4% para 167 milhões de euros.

Em contrapartida, o setor encara com “preocupação” o desempenho nos Países Baixos, para onde as vendas recuaram 5,3% para 94 milhões de euros.

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