Avaliação da dívida soberana melhora pela terceira vez consecutiva

Fernando Medina diz que "esta decisão irá beneficiar os juros suportadas pelas famílias e pelas empresas".
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A agência de notação financeira Fitch decidiu esta sexta-feira subir o rating (avaliação) de Portugal para três níveis acima de "lixo", de BBB para BBB+, com o outlook (perspetiva) estável. Esta é a terceira melhoria do rating da República portuguesa, depois de a DBRS e de a Standard & Poor's também já se terem pronunciado no mesmo sentido.

O ministério das Finanças assinala, em comunicado, que "a agência Fitch melhorou o rating da dívida pública portuguesa para BBB+, o nível mais elevado que a agência atribui a Portugal desde 2011". "Esta foi a terceira melhoria do rating da República em 2022, depois de a DBRS ter subido a notação financeira de Portugal para nível A (low), em agosto, e de a Standard and Poor"s ter também melhorado o rating do país para BBB+, em setembro", segundo a mesma nota.

A Fitch justificou esta decisão com o facto de Portugal ter uma "política orçamental prudente, apesar dos choques externos significativos". Por outro lado, assinalou que o défice orçamental deverá cumprir a meta do Governo de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, face aos 2,8% de 2021 e aos 5,8% de 2020.

"Num momento em que os bancos centrais estão a subir muito rapidamente as taxas de juro diretoras, esta decisão da Fitch, que segue a DBRS e a Standard and Poor"s, é um sinal de confiança internacional muito importante para Portugal", afirma o ministro das Finanças, em comunicado.

Fernando Medina destacou também que "esta decisão irá beneficiar as taxas de juro da dívida soberana, refletindo-se também nos juros suportados pelas famílias e pelas empresas". "O Governo continuará empenhado numa estratégia de contas certas e focado no objetivo de reduzir o peso da dívida pública para níveis inferiores a 100% do produto até ao final da legislatura", sublinha.

"Desta forma, e como esta decisão da Fitch já confirma", o governo está "a proteger a economia nacional da incerteza e a garantir que o país está em melhores condições para responder aos desafios" que o país enfrenta.

A Fitch estima ainda que a dívida pública deverá baixar para 115% do PIB este ano, e atingir os 108,3% em 2024. Quanto ao crescimento, a agência de notação financeira antevê que a economia portuguesa cresça 6,4% este ano. Para 2023, a previsão é de 1% e para 2024 de 2,2%. A agência aponta ainda para que a inflação se situe em 7,8% este ano, aliviando para 4,6% em 2023.

Porém, "com a crise energética europeia, alta inflação e uma política monetária mais apertada", estima-se uma quebra no poder de compra das famílias e um abrandamento da atividade do setor privado, alerta a Fitch.

A Fitch sublinhou ainda que um aumento repentino e significativo das taxas de juro pode afetar as famílias, nomeadamente, devido ao crédito à habitação, apesar de existirem alguns fatores atenuantes.

A próxima, e última, agência prevista olhar para o rating de Portugal é a Moody's, a 18 de novembro.

O rating é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

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