A gigante petrolífera saudita Aramco anunciou esta terça-feira, 5 de agosto, uma queda de 22% nos seus lucros no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, devido aos baixos preços do petróleo.A Aramco, a maior exportadora de petróleo do mundo e pilar da economia saudita, acumula com este registo uma queda nos lucros durante dez trimestres consecutivos, desde resultados recorde no final de 2022.A queda nos lucros, que passaram de 29,07 mil milhões de dólares no ano passado para 22,67 mil milhões este ano, deve-se “principalmente à queda nos preços do petróleo bruto e dos produtos refinados e químicos”, afirmou a empresa num comunicado publicado na Bolsa de Valores da Arábia Saudita.Dando continuidade à estratégia de reconquista de quotas de mercado, Riade, Moscovo e outros seis produtores de petróleo da OPEP+ aumentaram novamente as quotas de produção numa reunião no passado domingo, em linha com o antecipado pelo mercado, encerrando um ciclo iniciado em abril.O preço do Brent, referência mundial, oscila atualmente em torno de 70 dólares, longe dos máximos de 120 dólares atingidos na primavera de 2022 após a invasão russa da Ucrânia, mas a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) aposta agora em reconquistar terreno.A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderada pela Arábia Saudita, e os seus aliados, liderados pela Rússia, concluíram em 2016 um acordo denominado OPEP+ para exercer maior influência no mercado.“Os fundamentos do mercado continuam sólidos e prevemos que a procura de petróleo no segundo semestre de 2025 será superior em mais de dois milhões de barris por dia à do primeiro semestre”, afirmou Amin Nasser, diretor-geral da gigante petrolífera saudita, citado no comunicado.Os preços do petróleo resistiram melhor do que os observadores previam no início da reabertura das válvulas em abril, apoiados por uma procura tradicionalmente forte no verão e um prémio de risco geopolítico elevado, especialmente desde a guerra entre o Irão e Israel.A Aramco é a joia da economia saudita e a principal fonte de receitas do programa de reformas Vision 2030 do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que visa preparar o reino para a era pós-petróleo.Os lucros da empresa permitem à Arábia Saudita financiar projetos emblemáticos de investimento e modernização do país, nomeadamente a Neom, a megacidade futurista em construção no deserto, um vasto aeroporto em Riade, bem como grandes projetos de desenvolvimento no setor do turismo e do lazer.