Empresários do turismo marítimo do Funchal temem preços de nova marina

Os empresários ligados ao turismo marítimo a operar no Funchal, Madeira, temem que a nova marina, que irá nascer no cais acostável criado na sequência do temporal de 20 de fevereiro de 2010, tenha preços caros.
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O presidente da Mesa de Animação Turística da Associação Comercial e Industrial do Funchal, Pedro Mendes Gomes, admitiu à Lusa que, caso os preços sejam iguais aos praticados na atual marina, coloca a hipótese de não mudar embarcações para um local construído de raiz para os receber.

"Se praticarem os mesmos preços na nova marina que estão a praticar na atual, penso que haverá alguma indecisão em alguns operadores", afirmou, ressalvando, no entanto, ser "uma nova imagem para as empresas marítimo-turísticas da região".

O responsável exemplificou o problema com o caso dos Açores onde uma embarcação do tipo catamarã "paga cerca de 250 euros por barco por ano" contra "os 450 euros pagos na marina do Funchal por barco por mês". Isto acontece, defendeu Pedro Mendes Gomes, porque o executivo açoriano "considera a atividade fundamental para o turismo, baixando os preços praticados".

O secretário da Economia, Turismo e Cultura da Madeira Eduardo Jesus considerou a questão "um nervosismo injustificado e fora do tempo", porque o problema ainda não se pôs ao nível da tutela. "São questões colocadas fora do tempo e do espaço. Essa não é uma preocupação que me tenha sido reportada em circunstância alguma", referiu, realçando não existir "ainda a definição da composição do preço que vai ser praticado".

O novo cais acostável, que hoje recebeu o primeiro navio (o paquete 'Minerva') permitirá, na face exterior, a atracagem de navios de cruzeiro e, na bacia interior, a atracagem e operação das embarcações das atividades marítimo-turísticas. Esta situação cria alguma insegurança às 17 empresas do setor que reúnem um total de 12 barcos e servem cerca de 150 mil turistas por ano. O cais 8, como é conhecido, pode sofrer com as intempéries de inverno, principalmente quando as condições de vento e mar estejam de sueste, o que implica que em um quarto dos dias do ano seja impossível atracar um navio naquele cais.

Pedro Mendes Gomes explica que "qualquer onda que venha de sul, bate na proteção da nova marina, e é jogada dentro do porto para o atual cais sul, voltando com mais força", originando aquilo a que apelida de "efeito tupperware".

Constrangimentos reconhecidos pelo secretário Eduardo Jesus, mas que, segundo o responsável, são minimizados pela capacidade que de "acolhimento de navios" sempre que "as condições climatéricas o permitirem".

A marina feita no interior do cais 8 foi executada de propósito para albergar as empresas de atividades marítimo-turísticas mas, neste momento, ainda está na tutela da secretaria Regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus, liderada por Sérgio Marques, que herdou todas as obras que estavam na extinta vice-presidência. Só depois de finalizada ficará sob a tutela da secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura, que tem na sua tutela a Administração dos Portos da Madeira, responsável pela gestão daquele espaço.

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