A Airbnb pediu às autoridades locais de Lisboa que implementem “regras justas, proporcionais e não discriminatórias” após um relatório revelar que as políticas atuais favorecem os operadores turísticos tradicionais, como os hotéis, em detrimento da habitação. O estudo, realizado pela Neoturis e promovido pela Airbnb, indica que Lisboa terá quase mais 500.000 m² de projetos hoteleiros de grande escala nos próximos cinco anos, enquanto apenas 200.000 m² serão dedicados a nova habitação residencial. Isso significa que os projetos turísticos ocuparão 2,5 vezes mais área do que as habitações, salienta a plataforma de alojamento em comunicado. Jaime Rodríguez de Santiago, diretor-geral da Airbnb Marketing Services, SL, citado no documento, afirma que “a atual abordagem de planeamento de Lisboa criou condições desiguais e não conseguiu dar resposta aos desafios de habitação da cidade”. Destaca que “muitas famílias que partilham as suas casas e dependem do rendimento extra do AL enfrentam obstáculos significativos”.O relatório também revela que, de 2015 a 2023, apenas 2.352 novas habitações foram adicionadas ao mercado, enquanto quase 50.000 casas permanecem vazias. “Após as restrições ao AL em Lisboa em 2019, os preços das casas continuaram a subir mais de 5% ao ano”, aponta o estudo. A Airbnb apresentou várias recomendações para os responsáveis políticos, incluindo a exigência de que novos projetos hoteleiros disponibilizem uma área equivalente para habitação, incentivar a conversão de ativos hoteleiros subutilizados em habitação, e aplicar regras consistentes e proporcionais a todos os tipos de alojamento turístico, sem penalizar os anfitriões locais. O relatório também destaca que, em junho, a Airbnb revelou que o excesso de turismo nas cidades da União Europeia, incluindo Lisboa, é impulsionado principalmente pelos hotéis, que representam quase 80% das dormidas na UE em 2023 e 2024. “As cidades precisam de mais casas - não de mais hotéis”, conclui o estudo..Airbnb, PSP e Centro Cibersegurança reforçam alerta contra fraudes na reserva de férias