Martin Shkreli. O CEO mais odiado do mundo foi preso

Shkrelin é acusado de ter usado ilegalmente as ações de uma empresa para pagar dívidas de outros negócios
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Martin Shkreli ficou mundialmente conhecido pelas piores razões. Em setembro, um mês depois de ter comprado os direitos de venda de um medicamento usado no combate à malária, decidiu aumentar o preço desse medicamento de 12 para 665 euros. Face ao ódio generalizado, o CEO da Turing Pharmaceuticals, de 32 anos, defendeu que foi uma decisão empresarial inteligente, que beneficiaria a investigação de novos medicamentos. Mais tarde, recuou na intenção de subir o preço em mais de 5000%, mas o título de CEO mais odiado do mundo estava atribuído.

Agora, foi detido por suspeitas de fraude financeira, noticia, esta quinta-feira, a Bloomberg. As autoridades norte-americanas acusam Shkrelin de ter usado ilegalmente as ações da Retrophin, uma empresa de biotecnologia que fundou em 2011, para pagar dívidas de outros negócios, não relacionados com esta empresa. Na origem de tudo está a falência do fundo de investimento MSMB Capital Management, também fundado por Shkreli, deixando o empresário com dívidas de milhões de dólares.

Segundo a Bloomberg, Shkreli foi mesmo destituído pela Retrophin, onde ocupou o cargo de presidente executivo. Mais tarde, o conselho de administração processou-o, por uso indevido dos fundos da empresa, alegando que Shkreli engendrou várias transações entre investidores da MSMB e a Retrophin. A empresa de biotecnologia alega, ainda, que uma operação "desastrosa" com o Merrill Lynch, em 2011, custou mais de 7 milhões de dólares, deixando a Retrophin praticamente falida.

Martin Shkreli é filho de emigrantes da Albânia e da Croácia, conta a Bloomberg. Depois de ter desistido de uma escola secundária de elite, em Manhattan, começou a vingar em Wall Street antes de completar 20 anos. A decisão de aumentar o preço do Daraprim foi o episódio que o tornou famoso. Até Donald Trump se manifestou, apelidando Shkreli de "menino mimado". A BBC foi mais longe e disse que era "o homem mais odiado dos Estados Unidos".

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