CEO da Goldman Sachs rejeita a ameaça de uma “crise sistémica” no mercado de crédito

David Solomon afirma que não observa indícios de desaceleração na economia norte-americana a curto prazo e antecipa um aumento significativo nas atividades de fusões e aquisições nos próximos anos.
A sede do Goldman Sachs em Nova Iorque
A sede do Goldman Sachs em Nova IorqueAFP
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A recente falência de empresas como o First Brands Group, especializada em peças automóveis, e a Tricolor Holdings, focada em crédito automóvel subprime, tem gerado inquietação nos mercados de crédito, aumentando as preocupações sobre a saúde dos bancos regionais nos Estados Unidos. Contudo, o CEO do Goldman Sachs, David Solomon, minimiza esses receios, assegurando que não há razões para alarme.

Em entrevista à Bloomberg TV, durante a Future Investment Initiative que decorreu em Riade, Solomon declarou que “as situações de mau crédito que observamos não indicam que estejamos à beira de um problema sistémico”. O administrador realçou ainda que não vislumbra um abrandamento da economia norte-americana a curto prazo.

Além disso, Solomon destacou o crescimento nas atividades de fusões e aquisições e a intensificação das ofertas públicas iniciais (IPOs), prevendo que essa tendência continue a ganhar força. “Estamos a testemunhar uma recuperação notável e isso deverá persistir em 2026 e 2027, a menos que algo inesperado ocorra”, afirmou.

Por outro lado, Larry Fink, o líder da BlackRock, também partilhou uma visão positiva sobre a economia dos EUA. Embora tenha notado que o capital estava a sair do dólar para a Europa e outras regiões, explicou que esse movimento ocorreu num contexto de sobre-exposição aos ativos em dólares. “Recentemente, observámos um retorno do capital aos EUA. Existe uma crença sólida nas oportunidades que o país oferece”, acrescentou.

Fink observou que mais de 40% do crescimento do PIB dos EUA no segundo trimestre provém de investimentos em tecnologia, uma realidade que não se verifica em outros países. “Os investimentos, seja em centros de dados ou energia, estão a ser realizados maioritariamente nos EUA, ao contrário do que se vê noutros lugares”, frisou, realçando a disparidade entre o PIB dos EUA e o da Europa. Em relação ao futuro próximo, aconselha que os investidores mantenham uma exposição privilegiada aos EUA pelo menos nos próximos 18 meses.

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