A Escola Superior de Artes e Design (ESAD) de Matosinhos é a mais recente instituição do ensino superior a usufruir do mecenato do Banco Santander, através do seu programa Santander Universidades. O acordo, firmado no início do mês, começou a ser executado esta segunda-feira, 24 de setembro, com o lançamento do ano letivo. Os responsáveis da escola superior não têm dúvidas de que esta parceria só traz vantagens a todo o universo da ESAD..“Esta parceria pode potenciar uma melhoria de condições para os nossos funcionários, para os nossos professores e para os nossos alunos, essencialmente”, afirmou Carlos Marques, membro da direção da ESAD de Matosinhos..Carlos Marques admite que aquilo que logo de início apelou aos responsáveis da ESAD foi o facto de poderem entregar a emissão e gestão dos cartões dos estudantes a terceiros. “É evidente que a ligação a uma entidade destas para termos os cartões dos nossos alunos, retira-nos esse encargo e possibilita aos nossos estudantes uma panóplia de coisas”, disse Carlos Marques, acrescentando: “O Santander tem outras vantagens, porque associa à questão dos cartões outro tipo de mecenato, como bolsas para os estudantes e bolsas de investigação para o estrangeiro, por exemplo, o que é interessante”..Na verdade, com o apoio do Programa Santander Universidades, além de um acréscimo nas bolsas de estudo e de investigação que a escola passará a ter à disposição dos seus estudantes e docentes, a ESAD poderá ainda dinamizar uma série de outras atividades académicas e de projeção da instituição. Isto porque, segundo o convénio assinado, serão desenvolvidos projetos de apoio ao talento, reconhecimento do mérito, atribuição de prémios e até programas de combate ao abandono escolar e de responsabilidade social..Ainda só a começar.Para já, Carlos Marques admite não saber ainda quais os primeiros projetos ou atividades que vão beneficiar deste programa. “A assinatura do acordo [a 3 de setembro] é muito recente – ainda nem foi formada a comissão de acompanhamento”, disse. Mas, pela sua experiência, o responsável sabe que haverá iniciativas interessantes a concurso: “Falámos nas hipóteses que há, muito genericamente, mas não especificámos nada. Vamos ter de abrir concursos, fazer regulamentos internos para as pessoas se poderem candidatar, mas não temos nada definido ainda”, confessou.Ao todo são 12.250 euros, 4.950 dos quais estão já alocados para três bolsas de estágio. Os remanescentes pouco mais de 7.000 euros terão, por isso, de ser atribuídos com critérios apertados. Até porque outro dos eixos visados pelo protocolo Santander Universidades é o reforço da investigação no ESAD e a transferência de tecnologia entre a escola superior e o tecido empresarial local..[caption id="attachment_1272299" align="alignleft" width="300"]. A requalificação da orla costeira de Matosinhos foi um dos projetos que contou com a participação e investigação da ESAD. FOTO: JP Coutinho / Global Imagens[/caption].Uma área especialmente querida à direção da ESAD, como salienta Carlos Marques, referindo como exemplo os projetos que têm sido feitos no Centro de Investigação da ESAD, criado em Matosinhos, “há coisa de 6 anos”. “A investigação que temos feito é essencialmente ligada a projetos específicos, de cariz não só social, mas de prestação de serviços à comunidade e numa relação muito próxima sempre com a Câmara de Matosinhos”, salientou. Um dos projetos feitos, concretizou, foi a requalificação da orla de Matosinhos junto ao mar, incluindo a praia e a edificação em redor. Em causa estiveram medidas como a valorização do espaço, torres de vigia adequadas, mas que fossem também pontos de interesse, o tipo de publicidade que se podia fazer às praias, soluções para o problema das dunas..“Criámos também uma Casa do Design, em Matosinhos, assim como foi feita a Casada Arquitetura, onde decorrem uma série de exposições, conferências e outras produções ligadas ao design e à indústria. E para fazer isto tudo é preciso investigação, ver o que há, procurar as raízes locais, a tradição. E isto implica formar equipas, com designers, com historiadores, com arquitetos, com psicólogos, que trabalham o tema”, avançou Carlos Marques..Horizontes mais largos.Outra das vertentes do protocolo, é que a ESAD passará a beneficiar do Programa de Mobilidade Santander, que dá a todos os seus elementos a possibilidade de participarem em programas acessíveis apenas às instituições pertencentes à rede global Santander Universidades. E dentro desta insere-se o projeto Universia, uma plataforma virtual de intercâmbio de conhecimentos e de divulgação de trabalhos académicos que abrange 1.242 universidades em 23 países ibero-americanos. A ESAD junta-se, assim, às perto de 30 outras instituições de ensino superior, públicas e privadas, que integram a Universia Portugal, onde está representado cerca de 70% do coletivo universitário português..“A rede de mobilidade Santander abre novas perspetivas à ESAD, porque ela não é só para alunos, é também para professores, investigadores e mestrandos”, sublinhou Carlos Marques..Tudo isto são projetos e medidas a tomar num futuro próximo – Carlos Marques quer ter “a casa organizada” para a aplicação prática do protocolo ainda antes do Natal –, havendo apenas uma iniciativa que já está em curso. “O Santander Universidades está neste momento instalado no átrio da entrada da ESAD a recolher dados dos alunos para fazer os cartões dos estudantes”..E este não é um cartão qualquer, como sublinha o responsável. Trata-se de um Cartão Universitário Inteligente, desenvolvido pelo núcleo tecnológico do Banco Santander, que pode servir como documento de identificação, meio de controlo de acesso a recintos do campus e a computadores, além de permitir a gestão de empréstimos de livros nas bibliotecas, a obtenção de descontos no comércio que a ele aderir e até faz de porta-moedas eletrónico, para pagamentos dentro das universidades e nos transportes. E tal como quase tudo hoje em dia, pode ser gerido através de uma app para telemóvel.