Estágios de verão do Pingo Doce geram indignação. Marca responde
O programa de estágios de verão nos Pingo Doce do Algarve que a cadeia da Jerónimo Martins abriu aos filhos dos colaboradores está a gerar indignação. A cadeia oferece aos estagiários 500 euros, por turnos diários de 10 horas, valor abaixo do salário mínimo nacional. Pingo Doce já reagiu e diz que a iniciativa responde a pedido dos colaboradores e que o valor oferecido é liquido.
A notícia do site AbrilAbril, que teve acesso a um documento interno, chegou às redes sociais tendo gerado indignação. De acordo com a notícia, a cadeia estava a pedir aos seus colaboradores que recomendassem pessoas para o programa Academia de Retalho, dirigido a familiares de colaboradores da Jerónimo Martins de todo o país, exceto ilhas, entre os 18 e 25 anos. Por turnos de 10 horas, os estagiários teriam acesso a uma bolsa de 500 euros.
Contactada pelo Dinheiro Vivo, fonte oficial do Pingo Doce adianta que a iniciativa responde a pedidos feitos pelos próprios colaboradores. "Trata-se de uma campanha de comunicação interna, que surge em resposta a pedidos de muitos colaboradores que gostariam que os seus filhos que já são jovens adultos pudessem ter uma experiência real do mundo do trabalho", diz.
"Em Portugal, no universo dos filhos dos nossos colaboradores, existem 4500 jovens entre os 18 e os 25 anos. Assim, o Pingo Doce criou este programa de estágios, com horários iguais aos dos seus colaboradores efetivos (turnos de 10h, incluindo 2h de descanso obrigatório) para perfazer a semana de trabalho de 40 horas", acrescenta.
Quanto ao valor da bolsa: "Para além dos 500 euros líquidos de impostos, o Pingo Doce oferece a estes jovens subsídio de alimentação e alojamento (para os não residentes no Algarve)", frisa fonte oficial da cadeia. Ou seja, um valor alinhado com o salário mínimo nacional, depois de retirados os 11% de desconto para a segurança social (TSU). No IRS, até 615 euros não há lugar a retenção na fonte.
Ainda de acordo com o documento, "qualquer falta injustificada, falta de pontualidade, incumprimento de normas e procedimentos internos nas instalações da empresa e/ou do alojamento ou algum ato que ponha em causa a imagem do Pingo Doce ou do Grupo Jerónimo Martins levarão ao abandono imediato do programa sem lugar ao pagamento da bolsa de estágio."
Sobre este tema fonte oficial do Pingo Doce esclarece. "Os jovens estão obrigados ao cumprimento das tarefas que lhes forem atribuídas e à observação do Código de Conduta do Colaborador e dos procedimentos internos que vigora no Pingo Doce. A cada estagiário será ainda atribuído um tutor que acompanhará o processo de aprendizagem e desenvolvimento destes jovens."
O estágio tem a duração de dois meses (1 de julho a 31 de agosto), sendo que caberá aos estagiários realizar "diversas funções na loja que não necessitem de formação especifica tendo ainda a oportunidade de participação em workshops".
A campanha foi lançada no dia 16 de maio e termina no próximo dia 4 de junho. "Com 85 vagas disponíveis temos, até ao momento, mais do dobro dos candidatos", realça.