A revista Fast Company elegeu as 10 cidades europeias mais inovadoras em termos de infraestruturas, tecnologia e empreendedorismo. Copenhaga está no topo da lista de cidades que encontram soluções do século XXI para alojar as suas populações cada vez maiores, de forma a não apenas manter a qualidade de vida, como a aumentá-la. Esta é a lista completa:
Copenhaga
A capital dinamarquesa tem uma das pegadas ambientais mais baixas de todo o mundo (menos de duas toneladas de carbono per capita), sendo também a grande cidade com o maior plano de redução de carbono do mundo: os dinamarqueses pretendem neutralizar o carbono até 2025. Copenhaga é ainda conhecida pelas elevadíssimas taxas de ciclismo: cerca de 40% de todas as viagens são feitas de bicicleta e, recentemente, a cidade colaborou com o MIT para desenvolver uma bicicleta inteligente, equipada com sensores que captam informação em tempo real sobre contaminação do ar e congestionamento do trânsito.
Amesterdão
Tal como Copenhaga, as taxas de ciclismo de Amesterdão são bastante acima da média. Na verdade, como refere a Fast Company, a capital dos Países Baixos será mesmo a única cidade do mundo que tem mais problemas com trânsito pedestre e de bicicletas do que com veículos motorizados. Mas há mais em Amesterdão. Recentemente, foi criada a Amsterdam Smart City, uma parceria público-privada que procura usar a cidade como um laboratório urbano para utilização de dados livres, bem como para encontrar novas soluções de mobilidade e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida.
Viena
A capital austríaca criou recentemente a TINA, uma entidade público-privada que já desenvolveu mais de uma centena de projetos que procuram desenvolver a cidade de forma sustentável e ecológica. Um destes projetos é a "Central Popular de Energia Solar". Como explica a Fast Company, a cidade tem como objetivo obter 50% da sua energia através de renováveis até 2030. Para isso, a cidade aliou-se à Wien Energy, com quem desenvolveu um modelo de "crowd-funding" através do qual os cidadãos podem comprar metade ou a totalidade de painéis solares e receber, garantidamente, um retorno de 3,1% anualmente. A capital austríaca tem vindo a estudar, também, soluções de mobilidade elétrica, pretendendo expandir a sua rede de carregamento eletrónico de 103 para 440 estações até 2015. Outra importante inovação foi a reorganização de bairros com grande densidade populacional, através da construção de edifícios "zero-parking". Os residentes destes espaços comprometem-se a não possuir nenhum veículo pessoal.
Barcelona
O portefólio de iniciativas ecológicas de Barcelona impressionou a publicação norte-americana. A cidade promove, por exemplo o primeiro evento global para investidores em "cidades inteligentes", o Smart City Expo World Congress. A organização do congresso já conseguiu a expansão da iniciativa a outras cidades, como Bogotá, na Colômbia. A capital da Catalunha está envolvida em inúmeros programas ecológicos, como o projeto de empréstimo de bicicletas que já inclui mais de 6 mil destes veículos, ou o 22@, um parte da cidade que foi transformada em bairro de inovação, atraindo empreendedores locais e internacionais para instalarem negócios nesta zona. A ideia foi tão bem sucedida que já inspirou cidades como Boston e Buenos Aires a fazerem o mesmo.
Paris
A Vélib, a rede de empréstimo de bicicletas que já conta mais de 20 mil bicicletas disponíveis, é um dos mais impressionantes exemplos de estratégias verdes em Paris. Esta rede terá levado a uma redução de 5% do congestionamento do trânsito na cidade. Ainda no campo da mobilidade, os parisienses criaram um dos primeiros e mais extensos programas de "carsharing" de carros elétricos do mundo, o Autolib, que, em breve, terá disponíveis 3000 carros elétricos. A Cidade Luz é ainda casa de um ecossistema empresarial bastante próspero.
Estocolmo
Cerca de 40% da massa terrestre de Estocolmo está ocupada por espaço verde. Não é de estranhar, por isso, que esta tenha sido a primeira cidade a ser distinguida com o estatuto de Capital Verde da União Europeia. Os residentes de Estocolmo são daqueles que mais usam a rede metropolitana da cidade e, tal como Copenhaga, a capital da Suécia pretende neutralizar a emissão de carbono, neste caso até 2050. Estocolmo é ainda considerada a cidade, em todo o mundo, que mais protege os dados privados dos seus cidadãos
Londres
Há muito considerada a capital financeira da Europa, Londres surge agora como líder também na área de empreendedorismo. Os londrinos usaram Jogos Olímpicos como pretexto para tornar a cidade mais verde e uma das consequências foi a regeneração das docas, as London's Royal Docks, que saíram dos Olímpicos como uma área comercial e residencial sustentável. As London's Royal Docks já são casa de um dos edifícios mais verdes e inteligentes da Europa, o Crystal, construído pela Siemens como uma vitrina de tecnologias para cidades inteligentes.
Hamburgo
A segunda maior cidade da Alemanha já foi eleita Capital Verde Europeia, em 2011, e tem dos padrões de vida mais elevados do mundo. Hamburgo tem o projeto de requalificação urbana mais extenso da Europa, a HafenCity, com 157 hectares. O projeto de 10,2 mil milhões de euros deverá ficar pronto em 2025 e, nesta altura, vai ser casa de uma universidade, de um porto e de vários complexos residenciais e comerciais. Tudo isto ligado por uma rede "verde" de trânsito.
Berlim
As cidades inteligentes do futuro serão aquelas capazes de atraírem e manterem a classe criativa de todo o mundo. É esta classe que irá promover a renovação urbana e o crescimento económico, através da inovação e do empreendedorismo. Berlim é uma destas cidades. No seu mais recente livro, "The New Geography of Jobs", o professor de economia da Universidade da Califórnia Enrico Moretti descreve Berlim como uma cidade onde há "uma atitude progressiva, uma arquitetura seca mas interessante e uma história atormentada". Tudo isto "inspira uma vontade de experimentação". "Ao caminhar pelas lindas ruas da baixa histórica, não conseguimos escapar à sensação de que esta mistura única de criatividade e elevada qualidade de vida é difícil de ultrapassar", diz o economista.
Helsínquia
Tem mais de mil bases de dado de livre acesso e foi a anfitriã do primeiro Open Knowledge Festival, em 2012. A capital finlandesa promove ainda o projeto Forum Virium Smart City, que pretende desenvolver uma série de serviços digitais urbanos que façam com que viajar e viver na cidade seja mais fácil.