O ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva foi detido e levado para o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde deve prestar declarações à Polícia Federal (PF), divulgou a imprensa brasileira.
Lula é levado para depor na PF de Congonhas e tem a casa vasculhada por agentes - destaca o jornal O Globo
O jornal Folha de São Paulo citou membros da defesa de Lula da Silva, que confirmaram que o ex-Presidente está a ser levado para o aeroporto de Congonhas, onde deve prestar depoimento à Polícia Federal.
O ex-Presidente, segundo o jornal, reagiu bem quando a PF bateu à sua porta e estava "tranquilo". A operação foi batizada pela PF de "Aletheia" e é uma referência a uma expressão grega que significa "busca da verdade".
Na madrugada de hoje, a PF e auditores da Receita Federal (Finanças) iniciaram a 24.ª fase da 'Operação Lava Jato', que começou em março de 2014 e investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de capitais, sendo o ex-Presidente um dos visados na ação.
Os carros da PF chegaram às 06h00 locais (09h00 em Lisboa) à casa de Lula da Silva em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.
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O ex-Presidente é alvo de mandado de busca e apreensão e de condução coercitiva (quando o investigado é obrigado a depor) e propriedades de outros familiares estão a ser também alvo de buscas.
Cerca de 200 agentes da PF e 30 auditores da Receita Federal cumprem 44 mandados judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Baía.
São investigados crimes de corrupção e branqueamento de capitais, entre outros, relacionados com a petrolífera brasileira Petrobras.
Além de Lula da Silva, entre os alvos desta fase da 'Operação Lava Jato' estão a mulher, Marisa, os filhos Marcos Cláudio, Fábio Luís, Sandro Luís, e a nora Marlene Araújo.
Na lista também estão o empresário Fernando Bittar e Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.
Entre as empresas, estão a construtora OAS e a Gamecorp, detida por Fábio Luís, filho de Lula da Silva.
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A ação é realizada um dia após ser revelado um acordo de delação premiada (testemunho em troca de possível redução de pena) do senador Delcídio do Amaral. O político declarou que Lula da Silva mandou comprar o silêncio de outras testemunhas.
Entretanto, vários ministros ligados a Dilma Rousseff, estão desde cedo a avaliar a operação da PF na 24ª fase da Operação Lava-Jato. Um ministro próximo a Lula disse que está preocupado com a reação social que a ação pode gerar, com O Globo.