Legaü: Simplificar a vida aos advogados sem mudar a rotina

Dois advogados e um especialista em tecnologia criaram uma extensão para que defensores possam redigir contratos e ter acesso a todo o conhecimento sem saltar entre pastas e ficheiro no Microsoft Word.
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A Legaü é uma solução tecnológica para simplificar a vida dos advogados. Através de uma extensão instalada no Microsoft Word, os defensores podem ter acesso a minutas, à base de dados da sociedade e ainda a todo a conhecimento necessário para redigir documentos da melhor forma. A tecnologia está na fase de testes com várias sociedades de advogados.

"Queremos algo que faça com que o advogado não saia da sua rotina e do que já conhece: elaborar documentos, jurisprudência e pesquisa jurídica", explica Luís Alves Dias, cofundador da Legaü. Em média, os defensores passam mais de metade da semana ao computador, a saltar entre janelas, e a consultar documentos físicos.

Para já, há três volumes de dados disponíveis: documentos jurídicos ou minutas para o escritório, como um contrato de arrendamento; jurisprudência (com mais de 300 mil decisões de tribunais portugueses); e ainda a segmentação de mais de um milhão de contratos, de mais de 50 países, e que são publicados "por motivos legais".

A Legaü foi fundada por dois advogados e um especialista em computação.
Luís Alves Dias, presidente executivo da startup, trabalhou na área de fusões e aquisições no escritório Linklaters; na Úria Menéndez - Proença de Carvalho, Luís Alves Dias tornou-se num advogado especializado em Direito Financeiro.

Diogo Barros Pereira, responsável financeiro, também é advogado e ainda está na Linklaters, no departamento de fusões e aquisições.

O especialista tecnológico é Luís Lopes, com mais de uma década de experiência na área, tendo trabalhado em startups e grandes empresas tecnológicas.

Aos três fundadores juntam-se alguns alunos da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, entidade parceira da startup.

A ideia nasceu da necessidade de Luís Alves Dias e de Diogo Barros Pereira. "Como advogado, tinha de fazer um documento jurídico, contrato, peça processual... com muitas janelas abertas. Até tinha dois ecrãs para poder olhar para vários documentos."

O fazedor falou com os outros dois parceiros, que já conhece há mais de 15 anos. "A programação foi sempre para nos divertirmos. Só que no final de 2020 tivemos de tomar uma decisão: ou tornar a ideia mais séria ou largar tudo."

A experiência veio logo a seguir. Duas publicações na rede social LinkedIn e conversas com amigos advogados serviram para avaliar o interesse. "Passámos a palavra e o feedback foi muito entusiasmante. Percebemos que havia mesmo necessidade."

Em junho, o protótipo foi fechado, depois de maratonas de programação à noite ou ao fim de semana; no mês seguinte, começaram os contactos com sociedades de advogados. A solução está a ser testada em escritórios de média e grande dimensão desde setembro. A experiência permite ir melhorando o produto ao longo do tempo.

No início de 2022, a Legaü quer converter os primeiros aderentes em clientes, pagando uma subscrição para usar o produto. "Vai ser um ano de grande afirmação em Portugal" e em que poderá ser necessária uma ronda de investimento para acelerar o crescimento, acredita Luís Alves Dias.

Os três fundadores também têm planos para simplificar o uso do Outlook, outra das ferramentas mais usadas diariamente pelos advogados.

Como a solução permite acrescentar a base de dados de qualquer sociedade de advogados e em qualquer idioma, a Legaü também põe no seu calendário a expansão para o estrangeiro. 2023 é o ano previsto para o crescimento além-fronteiras.

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