Os benefícios extrassalariais são cada vez mais valorizados por candidatos e uma forma também de as empresas atraírem e reterem talento. Há muito o valor do salário deixou de ser o fator mais importante da equação. Atualmente, os trabalhadores dão mais valor ao equilíbrio entre a sua vida pessoal e familiar com a vida profissional.
Estes benefícios tratam-se de complementos ao pacote salarial que as empresas oferecem aos seus trabalhadores com o objetivo de aumentar o seu bem-estar tanto a nível profissional como pessoal.
A tendência por parte das organizações de prestar maior atenção à saúde e bem-estar dos seus trabalhadores já existia antes da pandemia, mas este fenómeno mundial reforçou a necessidade de se estar cada vez mais atento a esta componente.
Atualmente, pode assistir-se a uma grande variedade de benefícios que abrangem áreas como mobilidade, saúde, educação e até cultura. Embora cada empresa tenha a sua própria política de benefícios, existem alguns que são mais comuns.
São exemplos de benefícios extrassalariais o seguro de saúde, seguro de vida, PPR, passe de transporte, dias extra de férias, subsídio de transporte, comparticipação de despesas de educação, vales de infância/creche, cartão de refeição, atribuição de computador e/ou telemóvel, horário flexível, descontos em vários serviços como ginásios, óticas, entre outros.
Principais benefícios em Portugal O estudo anual da Mercer "Total Compensation 2023" analisou cerca de 170 mil postos de trabalho em 570 empresas presentes no mercado português e concluiu quais são os principais benefícios dados pelas organizações.
O estudo concluiu que cerca de 36% das empresas presentes no estudo dão aos seus trabalhadores um complemente ao subsídio de doença. E destas, 82% asseguram ainda o pagamento dos três primeiros dias de baixa.
Regra geral, estas empresas não fazem discriminação por critérios como antiguidade, atribuindo este benefício de igual modo a todos os seus funcionários.
O plano médico é um benefício dado pela grande maioria das empresas analisadas (93%). Entre as coberturas destacam-se a hospitalização, o parto, medicamentos, assistência ambulatória, estomatologia, próteses e ortóteses, óculos e lentes.
O custo por funcionário é suportado pela empresa. Porém, no caso de extensão a outros membros do agregado familiar, existe uma comparticipação que fica a cargo do trabalhador.
O estudo revelou ainda que 41% das empresas concedem seguro de acidentes pessoais aos seus funcionários. Neste caso, os valores variam consoante o salário base.
Além disso, a maioria das empresas (72%) atribui também seguro de vida aos seus funcionários, também este com um capital seguro variável e coberturas complementares à de morte, como invalidez.
Para acautelar a idade da reforma, mais de um terço das empresas (35%) dá um plano de pensões aos seus trabalhadores, dos quais 41% são de benefício definido e 90% de contribuição definida. Há empresas em que coexistem ambos os planos.
Para além dos 22 dias úteis de férias estipulados no Código de Trabalho, 61% das empresas presentes do estudo dão dias de férias extra aos seus funcionários.
São exemplo o dia de aniversário do trabalhador, eventuais tolerâncias de ponto ou datas festivas.
Em 64% das empresas, as despesas relacionadas com a educação e formação dos trabalhadores são asseguradas pelas organizações. Normalmente, é definida uma percentagem para a contribuição da empresa ou tetos máximos.
Apesar de não ser muito expressivo, 16% das empresas concedem empréstimos ou adiantamentos aos seus trabalhadores para despesas de caráter pessoal, habitação ou aquisição de automóvel.
Em grande parte das empresas analisadas (89%), o automóvel é um dos principais benefícios atribuídos. O critério de atribuição tem em conta o nível da função - a senioridade é um fator frequente - e a necessidade da função (por exemplo, funções comerciais).