A maior cadeia de ginásios em Portugal, Holmes Place, não considera que a Fitness Hut venha a ser um problema. Mas a verdade é que o novo conceito está a ser criado exactamente pelos executivos que lançaram o Holmes Place no mercado português, há 14 anos. E se alguém percebe do negócio são eles. . "Estivemos muitos anos a trabalhar no . fitness no segmento premium e isto significa preços entre 65 a 100 . euros" explica ao DN/Dinheiro Vivo Nick Coutts, um dos mentores da ideia e ex-CEO ibérico da Holmes Place. "Abaixo disto temos o segmento médio, . de 40 a 65 euros. Depois temos os clubes e . ginásios de bairro e municipais. Portanto, não temos o segmento low . cost em Portugal", explica o responsável. . Foi aqui que Nick Coutts, André . Groen (ex-director de expansão da Holmes Place) e Júlio Pedro . Carvalho (director . de vendas e marketing . da mesma cadeia) viram uma oportunidade. "Mas não queria oferecer o segmento mesmo low cost, porque os portugueses gostam muito de fazer ginástica de grupo", diz Coutts. . Daí o conceito de premium low cost: ginásios com equipamento de topo, as melhores aulas de grupo e em localizações nobres, não nas periferias, com um preço médio de 26 euros por mês. O primeiro ginásio abre no Espaço Amoreiras, depois seguem-se Cascais e Oeiras. Tudo isto no final do Verão. . O plano de negócio é tão arrojado que prevê o break even operacional nos primeiros seis meses de abertura. Segundo não foi muito difícil atrair o Edge Group de Pais do Amaral e José Luís Pinto Basto, para o projecto. Só em 2011 e 2012, os dois empresários vão gastar 14 milhões de euros em nove ginásios, todos na área da grande Lisboa. . Os ginásios low cost são uma tendência forte em alguns mercados europeus, mas por norma o baixo custo traduz-se em serviço mínimo: instalações na periferia, balneários pequenos, sem aulas de grupo e sem orientadores de treino. . "Acho que 85% dos sócios num clube normal não usam o spa, não vão à piscina e não almoçam no restaurante. Mas estão a pagar da mesma forma, porque o clube fez um investimento muito alto por metro quadrado", analisa. Este é o caso das cadeias mais emblemáticas: Holmes Place, Solinca, Clube L, Cube VII e Solplay. . "Temos . metade dos metros quadrados e o investimento por cada um é muito . mais baixo", diz, revelando que cada clube Fitness Hut custará 1,5 . milhões. "Não . temos muitos dos custos de um ginásio tradicional." Por um lado, os clubes terão no máximo 1800 m2, . contra os 3000 m2 . das outras cadeias. Depois, terá um . staff de quatro a seis pessoas, em vez das 25 a 30 que trabalham nos clubes . tradicionais. E, por fim, as equipas de manutenção e limpeza são . contratadas em outsourcing. . Os clubes não terão sauna, banho turco, . jacuzzi, . piscina, SPA, cabeleireiro ou restaurante. A ideia é oferecer apenas um bar de . sanduíches e sumos para refeições ligeiras. A Fitness Hut vai investir a sério é nas aulas de grupo e nas máquinas. . "Fomos . aos EUA buscar máquinas de alta qualidade, muitas das quais não . existem em Portugal: são de treino funcional", adianta. Para as aulas, o clube terá uma sala de spinning e duas para outras modalidades. "Vamos começar com um horário de . 60 aulas por semana e oferecer pelo menos quatro modalidades Les . Mills." . A Les Mills é a criadora de aulas como body . pump e body . combat e está a ajudar a desenhar as salas de aula, para criar "um ambiente brutal para os . clientes e professores". . Este . é outro ponto-chave: a Fitness Hut vai dar aos personal . trainers . o dobro da percentagem que hoje ganham nos ginásios tradicionais, . que ronda os 30% a 35%. "Vão ter oportunidade de ser felizes, sem . a pressão de atingir objectivos, trabalhar para si", resume. A . Fitness Hut espera abrir os clubes já com dois mil sócios.