São mais pequenos do que uma cela de prisão, mas não falta procura para os apartamentos de pouco mais de 5 metros quadrados que vão ser colocados no mercado em Hong Kong. Um novo recorde na ilha: são os mais pequenos apartamentos a serem colocados no mercado. Há mais de 288 mil pessoas à procura de casa própria na antiga colónia britânica. E alternativas não faltam. Em cima da mesa está a reconversão de antigos contentores de mercadorias ou parques subterrâneos em apartamentos.
O promotor imobiliário Emperor International Holdings vai reconverter um edifício comercial de 21 pisos num imóvel residencial com apartamentos de 5,7 metros quadrados por unidade. Metade da área dos antigos mini-apartamentos no mercado, criando um novo record imobiliário na ilha. Cada apartamento é mais pequeno do que a área de uma cela de prisão em Hong-Kong e tem uma cozinha e casa de banho. Ao todo serão 64 apartamentos que serão construídos com estas características.
O projeto é a resposta à elevada procura numa cidade com elevados preços por metro quadrado. Segundo dados oficiais do Governo de Hong-Kong, há cerca de 288.300 pessoas à procura de casa própria na ilha. Com os preços a subir, os mini-apartamentos são uma oferta acessível para a classe média. Prevê-se que nos próximos três anos se vendam 5 mil apartamentos come estas dimensões, triplicando a oferta da última década, segundo dados citados pelo El Mundo. E procura não parece faltar: em setembro um comprador pagou 475 milhões de euros por um apartamento de 15,2 metros quadrados num edifício de luxo.
Outra opção para dar resposta à falta de espaço são as camas cápsula, colocadas no mercado pelo empresário chinês Sandy Wong. Ao todo são 51 camas cápsula distribuídas por seis apartamentos pela cidade, uma alternativa de alojamento inspirada nos hotéis cápsula japoneses. Por entre 340 e 460 euros mensais, o inquilino tem acesso a uma cama com 90 centímetros de largura, ar condicionado, luz e internet, podendo ainda partilhar com os restantes inquilinos uma cozinha e casa de banho.
A carência de espaço e a elevada procura está a gerar soluções inusitadas. O conselho de serviços sociais de Hong Kong, que representa 400 organizações não governamentais, está a estudar a possibilidade de converter contentores de transportes de mercadorias em casas temporárias. Mas não só. Inspirando-se numa ideia já implementada na Holanda, estão a ser estudadas propostas de transformar parques subterrâneos abandonados em cubículos de 20 metros quadrados com casa de banho, cozinha, ar condicionado e janelas. Cada unidade poderia ser construída em 9 meses e custaria cerca de 23.500 euros.