O sindicato de trabalhadores da Ryanair em Espanha entregou à direção de Recursos Humanos da empresa uma série de petições para que a companhia aérea revisse o fardamento das hospedeiras de bordo - que implica o uso de saia e, durante o serviço, avental, e que as proíbe de usar calças - assim como a criação de uma comissão de igualdade, avança esta sexta-feira o El Confidencial.
O secretário-geral do sindicato, Jairo González, defende que as regras referentes aos uniformes são discriminatórias, já que os tripulantes de cabine masculinos não são obrigados ao uso de avental. Mas esta não é a única questão. Às hospedeiras não é dada a opção de escolha entre saia e calças, tendo estas de usar sempre a primeira opção, mesmo no inverno, destaca o sindicato espanhol.
A maioria das companhias aéreas tem um guia de diretrizes sobre a aparência dos seus tripulantes. No caso da Ryanair, as mulheres devem usar o uniforme com saia acima do joelho, sapatos com um salto mínimo de 2,5 centímetros, avental durante o serviço, batom, sombra de olhos e máscara de pestanas. Para os homens, as regras focam-se na barba e no cabelo.
Por exemplo, a Norwegian Air, a British Airways e a TAP têm a opção de farda com calças para as suas hospedeiras.
Após a reunião, a resposta da companhia aérea de baixo custo não foi ao encontro da vontade dos sindicatos, pelo que estes irão apresentar na próxima semana a exigência da atuação da Inspeção do Trabalho nas 12 bases da Ryanair em Espanha.
Contactado pelo Dinheiro Vivo, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) desconhece se tal acontece em Portugal, adiantando que nunca recebeu qualquer "report" sobre esta temática.