INE confirma crescimento económico de 1,9% no terceiro trimestre

O consumo das famílias e as exportações aceleraram face ao trimestre precedente, mas o investimento perdeu algum gás.
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A economia portuguesa cresceu 1,9% no terceiro trimestre face a igual período de 2018, indicou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira. O crescimento do consumo das famílias e das exportações acelerou face ao trimestre precedente, mas o investimento perdeu algum gás.

A previsão mais recente do governo (feita em outubro) para este ano também aponta para 1,9%. Apenas o Banco de Portugal e a Comissão Europeia julgam ser possível um pouco mais, projetando 2% de crescimento em 2019.

A expansão da economia portuguesa até setembro parecia estar a aguentar aos ventos externos mais adversos, designadamente à estagnação da Alemanha e à total indefinição que ainda paira sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (brexit).

Ainda assim, analisando o crescimento em cadeia (entre trimestres) nota-se que há um abrandamento nos meses de verão face ao período de abril-junho. "Comparativamente ao 2º trimestre de 2019, o produto interno bruto (PIB) aumentou 0,3% em termos reais", metade face aos 0,6% do trimestre anterior, observa o instituto no destaque sobre as contas nacionais definitivas do terceiro trimestre.

Consumo

O INE explica que as famílias até estão a consumir mais face a igual período de 2018, tendo esta componente do produto interno bruto (PIB), que costuma valer cerca de dois terços da economia, acelerado para 2,3% no terceiro trimestre (tinha aumentado 2% no trimestre anterior).

Segundo o INE, as famílias estão a cortar menos na compra de carros, por exemplo.

"As despesas de consumo final das famílias residentes em bens duradouros registaram um crescimento de 0,8%, após uma diminuição de 1,2% no 2º trimestre, refletindo uma diminuição menos intensa da aquisição de veículos automóveis e uma aceleração nas despesas em outros bens duradouros", diz o destaque oficial.

A componente de bens não duradouros e serviços também acelerou ligeiramente, para 2,5% em termos homólogos no 3º trimestre (2,4% no trimestre anterior).

Investimento

Já o investimento (Formação Bruta de Capital Fixo ou FBCF) é que desacelerou bastante. Estava a crescer mais de 11% no primeiro trimestre, mais de 8% no segundo trimestre, mas agora no período de julho-setembro a expansão abaixou para 5,8%.

O INE diz que o investimento fixo em equipamentos de transporte "destacou-se ao apresentar uma diminuição de 8% em termos homólogos, após ter aumentado 6,9% no trimestre anterior, refletindo em parte o efeito base do acentuado crescimento verificado no terceiro trimestre de 2018".

O instituto refere também que neste terceiro trimestre, "verificou-se igualmente um abrandamento" no investimento em outras máquinas e equipamentos (portanto tudo o que não são veículos de transporte). Essa rubrica registou um "ténue crescimento de 0,3%" agora, isto depois de ter avançado 5,6% no segundo trimestre.

Já o investimento em construção, que é um dos mais importantes na economia, acelerou em termos homólogos de 10,2% para 10,9% entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, o que acabou por compensar bastante a grande moderação nas outras rubricas da FBCF.

Exportações

As exportações totais acelerar ligeiramente, de 1,6% no segundo trimestre ara 2,6% no trimestre em análise (julho-setembro). Ainda assim, o ritmo está abaixo dos 2,8% registados um ano antes. Explosão turística, que ainda continua, terá sido determinante para manter o ritmo das vendas totais de Portugal ao exterior.

O INE diz que aceleração de um ponto percentual para 2,6% "foi determinada pela evolução das exportações de serviços [onde o turismo é dominante], que passaram de uma diminuição homóloga de 0,9% no 2º trimestre para um crescimento de 6,2%, enquanto as exportações de bens abrandaram para uma variação homóloga de 1% no 3º trimestre (2,8% no trimestre anterior)".

(atualizado 14h35)

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