A European Innovation Academy é um programa compacto, intenso e que põe à prova as ideias, sonhos e aptidões dos participantes na vida real. De uma forma sintética, é assim que Alar Kolk, fundador e presidente da EIA, define a escola de verão que criou. Além disso, cada um dos participantes vive ainda a "experiência ímpar", diz, do "contacto com mentores de excelência e colegas estrangeiros com vivências e mentalidades diversas". O Dinheiro Vivo foi testar esta visão junto dos parceiros e de alguns estudantes portugueses que passaram por edições anteriores da EIA.."Dois anos após a minha experiência na EIA, sei que foi uma experiência que me abriu os horizontes de uma forma que não achava possível", diz João Albuquerque, responsável pela vertente tecnológica da start-up Left, uma das que ficou no top-10 das melhores ideias da EIA 217. "Ganhei imensa experiência no trabalho em equipas internacionais, que se tornaram valiosas na organização dos Jogos Europeus Universitários, em que fiz parte da Comissão Organizadora. Deu também uma nova perspetiva sobre o mundo financeiro em empresas de grande volume de negócios e grande nível de inovação tecnológica", avançou ainda..Segundo explicou, na altura, João Albuquerque, a Left é uma aplicação que agrega as informações trocadas entre coordenadores e alunos de programas de mobilidade internacionais, como o Erasmus, ou até de outras pessoas cuja contribuição seja útil, que tem como vantagem permitir o acesso a esses conteúdos mesmo offline..Hoje, "o projeto que iniciámos continua sem a minha presença, mas sinto que me trouxe aquilo que precisava, e por isso, não sinto que tenha desperdiçado qualquer tempo, pelo contrário. Acho que a EIA me trouxe um novo mundo de contextos económicos, tecnológicos e de empreendedorismo, que agora posso aplicar no meu percurso académico e, no futuro, profissional", concluiu João Albuquerque..Outro dos projetos vencedores na 1ª edição da EIA em Portugal foi a Tiger Time, uma aplicação que procura conjugar os objetivos dos utilizadores com o tempo que estes lhes alocam. Ou seja, quem a usar pode definir um objetivo, as tarefas necessárias para o alcançar, o tempo que quer dedicar à sua concretização, e a Tiger Time se encarregará de incutir no utilizador o compromisso de não se deixar dispersar durante a sua execução.."Transformar uma ideia num negócio é uma tarefa árdua, complexa, exigente e, na maioria dos casos, infrutífera", diz José Luís Pereira, um dos responsáveis do projeto. "Sendo um facto que quase todas as ideias não se tornam negócios viáveis, importa também constatar que, é na jornada que está, quase sempre, o ganho. Nesse domínio, o European Innovation Academy mudou a minha vida, ao munir-me das ferramentas técnicas e dos princípios ideológicos de um empreendedor", explicou.."Dois anos após a minha aventura no European Innovation Academy, esses ensinamentos continuam presentes no meu quotidiano. Ajudaram-me há um ano, quando fui para o Brasil desenvolver uma solução para duas das maiores empresas da América Latina, e ajudam-me hoje, a procurar, continuamente, melhorar o meu negócio e a comunidade em que vivo", concluiu José Luís Pereira..[caption id="attachment_1363015" align="alignleft" width="277"]. Pedro Fonte foi CEO da Renvest, um dos projetos vencedores da EIA. FOTO: D.R. / P. Fonte[/caption].Também premiada saiu da EIA a Renvest, uma plataforma de crowdfunding pensada para angariar financiamento através de pequenas contribuições de muitas pessoas para investimentos em projetos imobiliários de reabilitação urbana, cuja equipa teve por CEO Pedro Fonte. "A EIA permitiu-me crescer como empreendedor e dotou-me do mindset e das competências indispensáveis para ser um empreendedor de sucesso", afirma. "A atmosfera que se cria na academia, e as pontes de contacto que se estabelecem, desde os mentores aos parceiros institucionais da EIA, ajudam a encarar os desafios com mais confiança e otimismo", concluiu Pedro Fonte..A start-up Eco-5 foi outra aposta que saiu premiada na EIA e das poucas que quebrou a regra da multiplicidade na formação das equipas, já que os seus mentores eram todos estudantes portugueses - isto porque o projeto partira da iniciativa de cinco alunos da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova Lisboa, quase seis meses antes de a Academia ter tido início. Inicialmente batizada, com bastante humor, Powerburp, a start-up consistia numa espécie de sistema de ventilação que aproveitava o arroto das vacas para recolher o metano e gerar energia elétrica..Hoje o projeto não está esquecido, mas a sua concretização é de tal monta e exige tal dedicação que aqueles que o conceberam tiveram de dar lugar à consolidação das suas carreiras, segundo Pedro Sobral, um dos seus mentores. A experiência da Academia de inovação, no entanto, nunca se perde. "A EIA foi uma oportunidade única de contactar com jovens empreendedores de todo o mundo e de aprender com algumas das pessoas mais distintas nos seus ramos de negócio", afirma Pedro Sobral. "Foi uma experiência verdadeiramente única e foi nada menos do que uma honra ter feito parte deste concurso", adianta..[caption id="attachment_1363021" align="aligncenter" width="772"]. Alar Kolk, presidente da EIA (à esq.), com a Eco-5 Team, Marta Pereira, Pedro Sobral, Raul Vences, Rui Cabral e David Coutinho, no dia em que foi premiada na EIA. FOTO: D.R. / Santander Universidades[/caption]."A EIA ajudou-me a conhecer novas perspetivas de negócio e a encarar o futuro de forma empreendedora. Votos de muito sucesso a todos os que têm trabalhado para o seu desenvolvimento e que continue a vir todos os anos a Portugal", concluiu Pedro Sobral..Marta Cardoso foi na EIA 2018 a mentora da ideia e CEO do projeto InPower, uma solução concebida para melhorar a qualidade de vida de pessoas com incapacidade, colocando-as em contacto com entidades empregadoras e ajudando, assim, a combater a discriminação laboral. Na equipa figurou ainda outra estudante portuguesa, Bárbara Ferreira, também da Universidade do Porto..[caption id="attachment_1363043" align="alignleft" width="213"]. Mariana Cardoso, estudante da Universidade do Porto, foi uma das jovens empreendedoras que foi à EIA e venceu. FOTO: Vítor Machado / Santander Universidades[/caption]."A EIA dá às pessoas aquilo que pretendemos retirar dela", explica Marta Cardoso. "Para mim foi essencialmente uma rede de conexões a nível pessoal e profissional que se estendem por diversas nações", diz. "Esta experiência também me ajudou a conseguir identificar o rumo que gostaria de seguir no futuro. Isto porque as várias palestras dadas em âmbitos tão distintos permitem um abrir de horizontes dentro das nossas áreas de estudo", avança Marta Cardoso.."As novas estrelas nascerão aqui!".De acordo com Alan Kolk, Presidente da European Innovation Academy, “todas as nações pretendem estabelecer produtos icónicos a nível global. Hoje é mais fácil do que nunca escalar uma empresa de tecnologia nos mercados internacionais". Referindo um dos três unicórnios – start-ups tecnológicas avaliadas em mais de mil milhões de dólares – existentes no país, diz o responsável: "Portugal já tem uma empresa pioneira como a Farfetch, bem como a tradicional estrela Pastel de Nata. Neste julho, desafiamos à criação de 100 startups em Cascais, capital de verão da inovação, sendo que as novas estrelas nascerão aqui!”.Para os parceiros da EIA em Portugal, o apoio aos jovens empreendedores e à sua capacidade de inovação é uma aposta ganha. Segundo Pedro Castro Almeida, presidente do Santander Portugal, “o banco tem uma tradição consolidada de aposta no empreendedorismo e na inovação tecnológica, assim como de apoio às universidades e aos seus estudantes. É por isso natural que sejamos desde a primeira hora um dos principais parceiros da European Innovation Academy, o maior programa em inovação digital da Europa"..E o responsável vai mais longe: "Nesta 3ª edição EIA, temos a certeza de que os 175 estudantes universitários portugueses que vão estar presentes em Cascais com bolsas do Santander poderão beneficiar deste mergulho tecnológico num ecossistema de inovação internacional, o que também irá beneficiar Portugal no futuro”, adiantou..Já o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, afirma que a edilidade "tem muito gosto em associar-se a um evento desta natureza, sendo que muito do que irão debater está relacionado com o que procuramos fazer em Cascais. Juntar inovação, talento, juventude, empreendedorismo e irreverência é um desafio enorme e, como tal, o mundo precisa de ser um local aberto e de proximidade". Afirmando que, no mundo competitivo de hoje, é preciso cooperação o responsável conclui: "Acreditamos que a competição é salutar para potenciar a inovação, para criar um ambiente de contínua busca de melhoria dos diferentes sectores de atividade, no entanto, acreditamos num ambiente de cooperação.”.Por fim, Susanne Hahn, líder da Lab1886 a nível global refere que a organização que dirige “foi construída com base no espírito pioneiro e na herança dos fundadores da Daimler". E avança: "Colaboramos com inúmeras universidades e estudantes por todo o mundo. Desta forma, sabemos a importância que o talento mais jovem tem na nossa indústria, que se encontra em rápida mudança. A nossa equipa fará o seu melhor para inspirar os participantes da European Innovation Academy e para que esta seja uma experiência inesquecível”.