Mesmo no fim do prazo para o registo da oferta pública de aquisição (OPA), a empresária angolana avançou com o pedido de registo da oferta junto da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e com isso vai obrigar a que a PT SGPS tenha de levar a venda da PT Portugal à Altice a assembleia geral de acionistas. Mais, a empresária mantém viva junto dos acionistas da PT SGPS uma alternativa à alienação da PT Portugal..Depois de receber da brasileira Oi a oferta dos franceses da Altice para a compra da PT Portugal, a PT SGPS (que tem 26,5% da Oi) tem 15 dias para convocar uma assembleia de acionistas, onde será decidido se dá o OK à venda dos ativos em Portugal. A decisão terá de ser aprovada por maioria de dois terços, sendo que a empresa portuguesa tem poder de veto sobre esta operação.."Os acionista nacionais deverão seguir o interesse da Oi e aceitar a oferta da Altice", considera Steven Santos, analista da XTB. "Ainda assim, a incerteza é grande e as atenções estão todas voltadas para a posição dos acionistas da PT SGPS. A decisão dos acionistas nacionais poderá ser condicionada pela proposta da Terra Peregrin", conclui o analista da corretora XTB..Apesar de ter sido preterido pela brasileira Oi, o consórcio Apax/ /Bain/Semapa não baixou os braços e quer que os acionistas da cotada nacional avaliem também a sua oferta pela PT Portugal. "É importante que todos os acionistas tenham a hipótese de conhecer mais do que uma proposta. O consórcio Apax/Bain/Semapa acredita na sua proposta para a PT Portugal e na qualidade do projeto, pelo que está disposto a continuar as negociações", diz fonte próxima do consórcio, ouvida pelo Dinheiro Vivo. Para isso, o consórcio, onde a Semapa de Pedro Queiroz Pereira tem uma posição de cerca de 5%, está "disposto a negociar" e a apresentar uma "oferta competitiva"..O consórcio, que reúne os fundos britânico e norte-americano e a holding de Pedro Queiroz Pereira, não revela as condições financeiras da proposta vinculativa que apresentou na sexta-feira à Oi. Mas, de acordo com a informação recolhida pelo Dinheiro Vivo, terá mantido o valor global de 7,075 mil milhões de euros, incluindo 800 milhões de euros de pagamentos diferidos dependente do desempenho futuro da PT Portugal. .O grupo do milionário Patrick Drahi melhorou a sua proposta inicial: subiu de 7,025 para 7,4 mil milhões de euros a oferta global e reduziu de 800 para 500 milhões os pagamentos diferidos. A Altice também flexibilizou ao longo das negociações, que decorreram de sexta-feira até domingo, as exigências em torno das garantias bancárias: dos 1,3 mil milhões pedidos inicialmente "para contingências", ficou-se pelos 800 milhões. Ou seja, garantiu maior liquidez para a Oi, que tinha como objetivo conseguir um patamar mínimo de sete mil milhões de euros líquidos com a venda da dona do Meo. .O grupo francês, dono da Cabovisão e da Oni, acabou por ser o escolhido por Bayard Gontijo (CEO da Oi) e pelo BTG Pactual - que lideraram as negociações - como a proposta a ser levada à avaliação do conselho de administração da operadora brasileira, que reúne na próxima quinta-feira. Entretanto, Oi e Altice entraram em negociações exclusivas por um período máximo de 90 dias, para negociar os "termos finais da alienação da PT Portugal" e para a Oi "obter as autorizações societárias necessárias para realizar a alienação da PT Portugal". .Independentemente do acionista, na PT Portugal a mensagem do CEO Armando Almeida aos colaboradores é que o foco deve estar nos clientes. "Temos de continuar a fazer o que fazemos melhor - ser uma empresa líder e always on", disse numa mensagem enviada aos colaboradores. Hoje - em pleno processo de venda da PT Portugal -, o CEO vai revelar a cerca de 800 quadros da operadora o plano estratégico para a companhia.