Com uma ementa variada, Nobre Estoril surge depois de o filho da chef ter procurado um espaço que só abrisse à noite. "Ele tem três miúdos e o restaurante do Campo Grande tirava-lhe muito tempo", conta. "Soube que este estava livre, fez uma proposta e alugámo-lo", diz satisfeita, acrescentando que não foi feito qualquer investimento. "Apenas trouxemos a comida e a baixela de mesa", conta, apontando para uma sala e bar, completamente mobilada em tons de bege e castanho, a meia-luz. Onde vão muitos chineses, brasileiros, espanhóis, franceses e ingleses..Veja aqui a reportagem em vídeo.Com abertura a partir das 19h00 e encerramento à meia-noite, exceto ao fim de semana, que fecha uma hora mais tarde, Nobre Estoril serve sobretudo adultos, já que a admissão nos casinos só é permitida a partir dos 18 anos. .Mesmo sem famílias com crianças como clientes, a chef Justa conseguiu "uma casa de petiscos portugueses - aquilo que já me caracteriza". Acérrima defensora da comida portuguesa "bem feita", Justa Nobre trouxe para a ementa o pica-pau de novilho, mas também de salmão - uma novidade. Tal como a sopa de lagosta com gengibre e malagueta, "capaz de fazer concorrência à famosa sopa de santola do [Nobre] Campo Pequeno", brinca chef Justa, que aponta ainda o linguado, o polvo, o bacalhau ou a açorda de gambas. .Nas carnes, o destaque vai para as bochechas de porco com puré de castanhas, o magret de pato ou o peito de frango, para os clientes estrangeiros que não gostam de carnes fortes. Mas para os que as adoram, há quatro bifes: Nobre Estoril, champignons, à portuguesa e com pimenta. Tudo isto casado com vinhos portugueses de várias regiões, mas também estrangeiros. Esta área está a cargo do cunhado, Paulo, casado com a irmã, Ana, que está no Campo Grande. "Sempre trabalhou connosco", diz a chef, assumindo que o seu negócio é marcadamente familiar. O marido está no Campo Pequeno, onde estão colaboradores há mais de 30 anos, ou mais recentemente, como a irmã Guida. "Andou muitos anos pelas embaixadas portuguesas pelo mundo e agora faz os doces", diz Justa, que se divide entre os dois restaurantes. E ainda tem tempo para fazer anúncios, acompanhar a venda dos seus produtos gourmet e preparar o lançamento de mais um livro. E tudo corre bem, até mesmo quando "houve uma travagem e o país andou mal", diz. O IVA "prejudicou muito as empresas da restauração", frisa a transmontana de gema, que prefere a postura do otimismo: "Não podemos ir abaixo, é preciso olhar para o futuro."