Margem estreita foi a expressão que o . Ministro das Finanças utilizou para qualificar a margem de manobra . do Governo em matéria orçamental. Na prática, isso traduziu-se em . novos escalões e novas taxas de IRS, operando-se o maior aumento de . tributação desde que o imposto foi criado em 1989. Muitos . portugueses querem agora saber o detalhe e questionam-se sobre a . forma de aplicar os escalões. . Para simplificar vamos olhar para os . rendimentos do trabalho obtidos por um casal. O ponto de partida é . o rendimento bruto. Ao rendimento bruto de cada um deduz-se a . dedução automática que está na lei (Euro 4.104). Divide-se o . rendimento por 2 para se determinar o escalão de rendimentos que . deve ser aplicado. O rendimento é dividido em parcelas, e só a . parcela do rendimento que excede cada escalão é que será abrangida . pela taxa do escalão seguinte. Como se divide o rendimento por 2 . também se multiplica o resultado por 2. . Exemplo, para um rendimento bruto de um . casal de Euro 28.000 (Euro 1.000 por mês/cada um), deduz-se Euro . 4.104 por cada um (dedução do rendimento do trabalho). Como tal, o . IRS é devido sobre Euro 19.792. Para apurar a taxa este rendimento . é dividido por 2 (Euro 9.896), dos quais Euro 7.000 estão no . primeiro escalão e Euro 2.896 estão no segundo escalão). O . primeiro escalão dá origem a IRS de Euro 2.030,00 (7.000 * 14,5% . *2) e o segundo escalão a Euro 1.650,72 (2.896 * 28,5% *2). . Ao IRS assim apurado deduzem-se as, . poucas deduções à colecta, ainda existentes. . Agora, cabe a cada português fazer as . suas contas, e medir o impacto destas alterações no seu IRS.