Vender discos usados? Agora é no OLX

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Há cada vez mais pessoas a tentar vender nas lojas de discos em segunda mão coleções de vinis antigos.

Pelo menos na Louie Louie Lisboa "os últimos tempos têm sido muito férteis", disse ao Dinheiro Vivo Jorge Dias, gerente da loja de venda de discos que abriu em Lisboa em 2007. O motivo é simples. "Razões financeiras", reconhece o responsável da Louie Louie. Chega à loja mais oferta o que permite um maior leque de escolha. Em outubro e novembro, lembra o gerente, "houve mais oferta do que é habitual" nessa época do ano, e "mesmo este mês" tem havido mais pessoas a quererem vender os seus discos à Louie Louie.

Contudo, admite Jorge Dias, "os grandes negócios são muito raros". "Gente com capacidade financeira e que tinha uma boa coleção de que os filhos ou os próprios se estão a desfazer", relata nem sempre aparece.

Beatles, Led Zeppelin, "as grandes bandas dos anos 70 e 80" são itens que têm boa aceitação junto da loja, mas o valor pago "depende muito da edição".

Mas também do estado de conservação do vinil, alerta Vítor Nunes, proprietário da Discolecção, em Lisboa. "As pessoas pensam que ter um objeto antigo significa que tem muito valor. Mas nem sempre o que é antigo é valioso", frisa o dono da loja de discos. "O valor do mercado de um objeto é definido pela procura", conclui.

Há 15 anos neste mercado na compra e venda de discos, Vítor Nunes, reconhece que os bons negócios para as lojas nem sempre surgem. "As pessoas já começam a ter noção do valor dos discos", diz. "É mais complicado comprar discos e depois ter alguma margem", continua.

E 'o disco perdido' nem sempre surge. Jorge Dias da Louie Louie Lisboa diz preferir comprar coleções mais alargadas do que propriamente discos/vinis individuais. "Nem sempre comprar caro significa que vamos conseguir vender caro", diz o gerente da loja de discos. Diz preferir comprar em lote, podendo vender os discos com um preço médio de 2,5 euros, e onde há meia dúzia que justifica a compra e podem alcançar um valor mais elevado. "Discos que podemos vender por 50 euros são raros", diz. "Não estamos virados para o mercado do colecionismo", reconhece.

João Moreira, gerente da loja de discos Carbono, admite que o número de pessoas que aparece na loja em Lisboa para vender os seus discos já foi maior. "A maior parte das pessoas vai vender discos no OLX ou no Leilões.net ou sites semelhantes", diz. Ou em feiras de antiguidades. "Mesmo quando aparecem as melhores peças já não aparecem", diz.

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