"Não houve mudança de estratégia da Cisco" em Portugal por causa da crise, diz diretor-geral

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O diretor-geral da Cisco Portugal, Nuno Ferraz de Carvalho, disse hoje

em entrevista à Lusa que a recessão económica neste e no próximo ano não

implicou mudanças na estratégia da empresa tecnológica.

A

liderar a subsidiária portuguesa desde julho, Nuno Ferraz de Carvalho

destacou as competências dos trabalhadores portugueses como um ativo

importante para a empresa, adiantando que a multinacional vê o país como

uma referência.

Questionado sobre a forma como a atual situação

económica está a afetar o negócio da tecnológica em Portugal, Nuno

Ferraz de Carvalho disse que "não houve mudança da estratégia da Cisco

por causa da crise".

A Cisco "faz investimento a 10 anos, não a

curto prazo" e "não há nenhuma razão para deixarmos de investir em

Portugal", garantiu o diretor-geral.

Na Cisco Portugal "somos mais conhecidos pelo que fazemos do que pela nossa dimensão".

Sobre

as prioridades da empresa em Portugal, Nuno Ferraz de Carvalho disse

que o objetivo é ajudar a Cisco Portugal a ter sucesso e também "ajudar o

país a ter sucesso naquilo que faz".

A meta é "conseguir que sejamos vistos como um país que tem capacidade para enfrentar o desafio".

A Cisco "já tem dado provas a outras empresas que queiram investir em Portugal que vale a pena fazê-lo".

A

empresa desenvolve atividades em três áreas em Portugal: operação de

vendas para o mercado português, operação internacional de suporte a

partir de Portugal e uma outra feita com pessoas que estão em Portugal

direcionado para a América Latina, nomeadamente Brasil.

"A operação de vendas é proporcional ao que se passa na economia portuguesa", tendo registado algum decréscimo.

As restantes, como estão direcionadas para outros mercados, não têm sido afetadas pela crise.

Atualmente,

o investimento das empresas e da administração pública nas tecnologias é

menor do que há dois anos. No entanto, há empresas, como as PME, que

perceberam que as tecnologias de informação e comunicação podem aumentar

a produtividade e ser uma "ferramenta útil" quando se internacionalizam

para "captar oportunidades". Neste sentido, "há alguns mercados que

estão a crescer", disse.

Atualmente, a Cisco Portugal tem cerca

de 300 trabalhadores: 172 postos diretos 130 colaboradores em regime de

subcontratação ('outsourcing'), sendo que 70% são portugueses. Deste

total, metade são mulheres.

Questionado se admite reforçar os postos de trabalho, o diretor-geral da Cisco Portugal afastou esse cenário a curto prazo.

"A

médio prazo a nossa ideia, de acordo com as oportunidades nos mercados a

que respondemos, é continuarmos a crescer a um ritmo de 10% por ano".

Uma das apostas da Cisco na formação de competências são os estágios.

Com

o apoio das instituições públicas portuguesas, a Cisco envia entre 10 a

30 pessoas todos os anos para sede nos EUA para um estágio de seis a

nove meses, os quais podem ser absorvidos pela subsidiária portuguesa

quando regressam a Portugal.

Também todos os anos a Cisco promove

uma formação específica nos centros de formação em Londres, Amesterdão

ou Bruxelas durante nove meses a um ano e meio dirigido a um grupo entre

cinco a 10 pessoas.

Além disso, ainda tem o programa Cisco

Networking Academy, que em parceria com centros de apoio, institutos e

universidades já formaram mais de 10 mil pessoas nos últimos 10 anos.

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