As empresas privadas e os organismos públicos vão ter de descobrir depressa o que a Inteligência Artificial (IA) pode fazer para melhorar os seus negócios, otimizar processos e criar novas relações com os clientes/utentes (além de mudar até as profissões). Isto porque, se os utilizadores têm cada vez mais acesso à IA na palma das suas mãos - nesta nova era da IA nos smartphones -, tornam-se necessariamente mais exigentes com os serviços aos quais querem aceder e quem fica para trás está estagnado e condenado ao insucesso..Durante décadas, desde os anos 1990 com o advento da web, carregámos a internet de dados, que se tornaram depois úteis para treinar ferramentas de IA, que estão hoje acessíveis a todos. O problema é que, no mundo corporativo, há empresas que ainda não fizeram sequer a transição digital, que ainda não descobriram que ter presença digital não é ter simplesmente uma webpage ou estar nas redes sociais, que desconhecem o que é big data, machine learning, Internet das Coisas (IoT), Web4..E, mais recentemente, desde a chegada do ChatGPT, em novembro de 2022, que a revolução não para e tornou-se por demais evidente, na última semana, que tanto a Google como a Apple estão empenhadas em fazer o comum dos cidadãos mergulhar rapidamente na IA através do telemóvel. Em poucos dias chegaram a Portugal a app de notas da Google que permite interagir com os conteúdos e documentos, a NotebookLM, e o sistema de IA generativa nos smartphones, o Gemini, “um primeiro passo importante na construção de um verdadeiro assistente de IA - que seja conversacional, multimodal e útil”, explica a gigante tecnológica norte-americana. “Com a aplicação Gemini no seu telefone, poderá escrever, falar ou adicionar uma imagem para todos os tipos de ajuda: pode tirar uma foto de um pneu furado e pedir instruções sobre como trocá-lo ou obter ajuda para escrever uma nota de agradecimento.”.Do lado da Apple, o assistente virtual Siri foi totalmente reformulado e acelerado com a integração da Apple Intelligence, cuja sigla corre sérios riscos, com o avançar dos anos, de se aculturar engenhosamente à sigla AI de Artificial Intelligence. A Apple Intelligence é, no fundo, uma tecnologia semelhante ao Gemini ou ao ChatGPT, mas que funciona exclusivamente nos iPhones ou iPads. Desta forma, vai ser mais fácil dar comandos por voz à Siri, como se estivéssemos a estabelecer uma conversa. E permitirá que este assistente virtual desempenhe também tarefas mais complexas, como procurar por uma fotografia que queremos encontrar na imensidão do nosso arquivo de imagens, ou usar uma das nossas fotos para ilustrar uma mensagem. Escrever emails e notas também contará com funções inteligentes que ferramentas como o ChatGPT já nos habituou, desde a correção gramatical a reescrita com determinados estilos, como os de cartas formais, por exemplo..Os smartphones nunca mais serão os mesmos com recurso a IA. Os utilizadores vão mudar radicalmente as suas necessidades mais imediatas e expectativas. Basta olharmos para o passado, para as mudanças que trouxeram as redes sociais ou as plataformas de videoconferência como o Zoom. A sociedade transformou-se com elas, e mais ainda se irá transformar com a IA.