"O que se gastava em férias é agora investido em renovar a casa e a cozinha"

Entrevista com a nova diretora ibérica do Grupo Electrolux, sobre os desafios e oportunidades da pandemia nos eletrodomésticos
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Chama-se Escarlata Loncán, é espanhola e depois de uma experiência de 20 anos na empresa inglesa Dyson como sua responsável ibérica, assumiu em junho a pasta de diretora ibérica do Grupo Electrolux. Com ampla experiência em grandes multinacionais, a gestora assume o desejo de fazer o mesmo no Grupo Electrolux - detentor das marcas AEG, Electrolux e Zanussi - do que fez na Dyson, tornar a empresa líder de mercado.

O Grupo Electrolux tem já mais de 100 anos de história vende aproximadamente 60 milhões de produtos domésticos em cerca de 120 mercados. No Grupo Electrolux trabalham mais de 51.000 pessoas a nível mundial.

Quais foram os desafios que a pandemia colocou no grupo a nível ibérico e nos seus objetivos?

Um dos nossos maiores desafios e objetivos foi garantir a “Segurança das nossas pessoas”, estabelecendo desde muito cedo medidas de segurança, limitando o contacto e optando pelo teletrabalho para todos os colaboradores. O consumidor manteve-se sempre no centro do nosso propósito. Em todos os departamentos, desde o departamento comercial, passando pelo atendimento ao cliente até ao serviço pós-venda, continuámos a trabalhar para garantir a melhor experiência do consumidor.

Inclusivamente destaco o esforço das nossas fábricas e sistemas logísticos no sentido de dar resposta às necessidades dos consumidores na Europa, não apenas durante o período de confinamento, mas também nos meses de maio, junho e julho, em que assistimos a um importante aumento da procura. Porque trabalhamos todos os dias para “construir uma vida pelo melhor” para todos.

Tiveram crescimento de vendas online ou no geral já que as pessoas terão recorrido mais a produtos para a casa por passaram mais tempo confinados?

O crescimento online durante estes meses foi, de facto, exponencial, nalguns casos de 3 dígitos, fazendo com que o avanço nesta área de e-commerce tenha sido o esperado num período de 3 a 5 anos neste curto espaço de tempo. Mas mesmo nas vendas nas lojas físicas a situação não foi tão dramática como se chegou a esperar e claramente melhor do que noutros setores. O mix de consumo foi profundamente alterado na maioria das famílias e os montantes tradicionalmente gastos em férias e lazer foram agora investidos em renovar o espaço onde cada um de nós agora passa mais tempo, nomeadamente a nossa casa e em particular a cozinha, equipando-a com novos eletrodomésticos que permitam melhores experiências.

Que tipo de crescimento tem tido o grupo Electrolux em Portugal nos últimos anos?

Falamos de um crescimento sustentado e saudável. Orientado para as marcas premium, onde a AEG, a nossa marca alemã, tem sido a mais valorizada pelos consumidores, pelos valores que transporta para o mercado há mais de 130 anos, como a inovação, a qualidade e a confiança.

Também os produtos de encastre têm sido uma boa alavanca ao nosso crescimento, considerando que a cozinha é cada vez mais o coração da casa e cozinhar deixou de ser em muitos casos uma obrigação doméstica e passou a ser um momento de partilha entre amigos e familiares. Neste sentido, os últimos lançamentos de produtos, desde o forno a vapor a placas com sensor de fervura, vêm trazer uma experiência completamente nova, em que cada consumidor se sente um chef em sua casa.

Quais são os objetivos para os próximos anos do grupo a nível geral a nível de novos produtos que esperam ter e mais conectados em IoT?

A conetividade faz parte dos planos de investimento para o futuro, mas é já uma realidade. A grande maioria das nossas placas já comunica com a chaminé para que possa ser ativada de forma automática, deixando a cozinha livre de fumos e odores. Trata-se da função H2H – Hob 2 Hood - e está presente nas marcas AEG, Electrolux e Zanussi. Também nos fornos fizemos recentemente o lançamento do forno CookView, um forno conectado com uma App que lhe permite aceder a receitas, alterá-las e, graças à câmara integrada, controlar o cozinhado enquanto faz outras tarefas. Para além disso, poderá controlar o forno com voz através do Google Assistant. A estratégia do grupo Electrolux é de que a conectividade seja mais do que um gadget engraçado, mas que traga de facto benefícios aos consumidores.

Qual a estratégia futura para Portugal e onde depositam maior esperança?

A estratégia será para manter: marcas premium, produtos inovadores e consumidores satisfeitos e leais.

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