O Orçamento do Estado para 2012 (OE2012), cuja proposta foi segunda-feira apresentada pelo Governo, é "o pior dos últimos anos" e penaliza sobretudo a administração pública, alertou Ana Avoila, da Frente Comum, prometendo combater a austeridade. . "Confirmam-se todas as nossas preocupações: este OE é o pior dos últimos anos e a administração pública é um dos sectores mais afectado a todos os níveis", afirmou a sindicalista, em declarações à Lusa. . "A redução de milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde implica uma redução da qualidade e dos direitos dos utentes da saúde e também para os trabalhadores da saúde que, ao contrário do que disse o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, correm o risco de serem despedidos", exemplificou Ana Avoila. . A dirigente sindical, que acusa o Governo de coligação PSD/CDS-PP de ter uma "postura igual à do anterior Governo", não tem dúvidas de que, "com aquele orçamento, os trabalhadores não têm estabilidade nenhuma". . Isto porque "podem ir para [o regime de] mobilidade e ficam com uma remuneração menor do que o subsídio de desemprego" e também porque "em qualquer momento o Governo pode fazer despedimentos na administração pública", defende Ana Avoila. . A sindicalista prometeu "um ano muito intenso de conflitualidade laboral", em resposta às medidas inscritas na proposta do OE de 2012. . "Vamos fazer na sexta-feira um plenário, com concentração e desfile e vamos ter milhares de trabalhadores. Nesse plenário, vamos aprovar outras formas de luta. Como é sabido, vai haver uma greve geral que vai ser discutida hoje no Conselho Nacional. A luta não vai parar", garantiu a responsável da Frente Comum. . De acordo com a proposta de lei do OE para 2012, que foi na segunda-feira entregue na Assembleia da República, entre outras medidas, será suspenso o pagamento dos subsídios de férias e de Natal ou quaisquer outras prestações correspondentes durante o período de vigência do Programa de Assistência Económica e Financeira. . Por outro lado, o congelamento nominal dos salários dos trabalhadores da função pública e das empresas públicas é para continuar no próximo ano, bem como o impedimento de consequências financeiras associadas a promoções e progressões nas carreiras. Assim, a redução média de cinco por cento dos salários do sector público aplicada em 2011 irá manter-se em 2012. . Além da redução de salários, o Orçamento para o próximo ano contempla ainda uma redução de trabalhadores na ordem dos dois por cento, o que irá permitir uma poupança de 0,3% do PIB.