A Oi entregou na segunda-feira o plano de recuperação judicial da operadora brasileira, onde a portuguesa Pharol tem 25,2%, no Tribunal do Rio de Janeiro em mãos com o maior processo de recuperação judicial da História do Brasil: 64 mil milhões de reais.
Os títulos da Pharol estão a reagir em alta, com as ações da companhia liderada por Luís Palha da Silva a disparar 6,25%, para 0,24 cêntimos.
Troca de dívida por ações e venda de ativos são alguns dos planos da companhia contidos no plano que irá ser negociado com os credores. A companhia pede ainda 11 anos de carência para começar a fazer os pagamentos que serão amortizados semestralmente em percentagens definidas no plano. O plano prevê ainda uma troca de dívida por ações, até ao limite de 32,330 mil milhões de reais. 85% do capital da empresa poderá ficar nas mãos dos credores.
No laudo económico realizado pela consultora EY é referido que está prevista a "emissão de um pacote de valores mobiliários de emissão de qualquer das Recuperandas para ser entregue a credores da Classe III que detenham créditos no valor total de até R$ 32.330.000.000,00, sendo pelo menos um dos valores mobiliários conversível ou que dê direito à subscrição de ações ordinárias da Oi ou de sociedade que venha a substituí-la após reorganização societária. Os valores mobiliários terão valor de face (em dólares, euros ou reais) equivalente a até R$ 10 bilhões".
Durante 3 anos após a homologação do plano, ao final de cada semestre, "a companhia terá a possibilidade de resgatar, parcial ou integralmente, esse título valor de face acrescido de juros de 4% ao ano", pode ainda ler-se no mesmo documento.
Caso os títulos não sejam resgatados em "até 3 anos, os valores mobiliários serão convertidos em ações que representem 85% do capital social da Oi ou de sociedade que venha a substituí-la após reorganização societária", informa a Oi. "Esta opção é restrita a credores desta classe que sejam titulares de créditos em valor superior a R$ 50 mil", informa o Laudo Económico.
A Oi quer ainda converter multas em investimentos em infra-estruturas ou benefícios para os consumidores, processo a ser negociado, entre outros com a Anatel. O regulador das telecomunicações brasileiro tem um crédito de 11 mil milhões de reais. Caso não seja aceite a Oi pede que as mesmas sejam pagas em 11 anos.
A operadora prevê ainda a possibilidade de uma reorganização societária, bem como a venda de ativos. Entre as possíveis vendas estão ativos em África e Ásia (já em processo de venda antes da entrada do processo de recuperação judicial, como os 25% da Unitel), bem como operações de data centers ou a rede de fibra ótica no Estado de São Paulo.